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Godard foi o último censurado
CLAUDIA ROSSI
do Banco de Dados
A censura não é um fato recente
na história do país. Mesmo um
pouco antes da Independência,
em 1821, por exemplo, o jornal
"Diário Constitucional", editado
na Bahia, foi proibido de circular
pela Corte de Lisboa.
Na história republicana, a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), em 1939,
por Getúlio Vargas, é um marco
da institucionalização da censura.
O DIP, além de censurar, era o
responsável pela divulgação da
ideologia do Estado Novo getulista. Só em 1940, impediu o registro
de 346 revistas e 420 jornais.
Em 22 de janeiro de 1970, o presidente Emílio Garrastazu Médici
baixa o decreto-lei de censura prévia. O regime militar ampliava, assim, o controle sobre as informações que podiam circular no país.
O último caso de censura oficial
praticado pelo Ministério da Justiça ocorreu em 1986, no governo
José Sarney, já na Nova República.
O então ministro da Justiça, Fernando Lyra, decidiu pela proibição da exibição do filme "Je Vous
Salue Marie" do diretor francês
Jean-Luc Godard.
Até 1988, todos os filmes, capítulos de novelas, minisséries, peças
de teatro, livros e jornais deviam
ser submetidos à censura federal.
Os assuntos mais vetados eram a
sucessão do presidente Médici,
abertura política, manifestações
estudantis, choques entre policiais
e civis que protestavam, denúncias da Igreja Católica contra atentados aos direitos humanos e críticas ao governo em geral.
A Constituição de 1988 proibiu o
governo de censurar o conteúdo
das obras, mas permite a classificação das mesmas por faixa etária.
Foi criado o Departamento de
Classificação Indicativa, extinto
em 1996, que substitui o de Censura Federal que existiu durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.
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