São Paulo, sexta, 12 de junho de 1998

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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
Começa a era das super-raves

Claudia Guimarães/Folha Imagem
Ouvindo Luke Slater no Florestta, a sempre fofa Adriana Recchi é a cereja da era das super-raves e deve estrelar o novo projeto de dance music da Sony


E a gente não queria rave como na Inglaterra? Pois agora estamos igual. E os superclubes têm tudo a ver com isso.
Vamos por partes: primeiro, o nível das produções. Os lugares são cada vez mais bonitos; agora tudo funciona com duas pistas (o drum'n'bass é uma realidade); os equipamentos vêm mais poderosos e o laser é obrigatório (agora já tem até sky-tracker, aquele tipo 20th Century Fox, para orientar).
Depois, pela primeira vez um DJ de real renome internacional (o inglês Luke Slater) tocou numa dessas festas. Na rave Mission, no último sábado, em Sorocaba, ele foi um plus. E, se a rave não era oficialmente do Florestta, era do gigante louro Henrique Cury, mais Dado Comini e o DJ Wolff, todos sócios do clube. E eles conseguiram trazer alguns poderosos patrocínios, como o da Marlboro, por exemplo.
Slater tocou dentro de uma piscina, onde você podia entrar pelo raso ou pelo fundo -mas daí descendo a escadinha! Infelizmente, só tinha duas caixas de som (localizadas no lado fundo), e, no final, rolou aquele efeito formiguinha do povo encostado.
A visibilidade alcançada pela cena rave nos noticiários da TV da semana passada fizeram com que muita gente desistisse de ir. O resultado: poucos clubbers ortodoxos e muita gente da região.
Outra particularidade da nova cena das super-raves é essa: os empresários perceberam o potencial e a carência das cidades fora do circuitão: também a B.A.S.E fará uma festa tipo de sítio nos arredores de Sorocaba.
Mas será que com essa profissionalização vão ficar de fora os pequenos núcleos produtores de festas que criaram essa cena? Aguarde os próximos capítulos: dia 20 tem Teknologica, a rave tecno de Pil Marques; dia 27 tem XXX-Perience, que pela primeira vez se junta com a B.A.S.E em Arujá (diz que vai ter até tobogã!). Viu? Confirmou?

CONTINUANDO a série diversão para adultos, diz que foi tudo a piscina de bolinhas na festa da Trattoria, na terça-feira. Povo de cinema, de publicidade, bichas e clubbers pulando a valer, junto à cerveja que nunca acaba. O Ricardo perdeu o pager; a Fabíola perdeu os óculos, mas teve também quem tenha feito até bas-fond por ali. Pode pôr a mão na cabeça que a próxima só ano que vem.

E, no caminho inverso, temos hoje a mais aguardada inauguração do ano. Angelo Leuzzi abre seu novo clube, Love, prometendo inaugurar mais um capítulo da noite paulistana e trazer de uma vez o conceito de lounge para a cidade. Tomara que consiga! Lounge, você sabe, é a coqueluche da noite nova-iorquina: lugares menores, mais intimistas, para quem já cansou um pouco do pula-pula das pistas, mas não está disposto ainda a passar o resto da década com o cobertor nos pés. Diz que um dos hypes do clube (na r. Pequetita, 189, ouvi falar que era um antigo puteiro) é a decoração, assinada pelo americano Peter Schroff, marido da Zoe, verdadeiro ícone da cena.
Vamos ver.

QUEM foi não esquece. Com a absurda locação do prédio da Light, no centro de SP, já concorre a uma das festas do ano a da Hugo Boss, semana passada. Modelos, clubbers, neobarbies e todas as bichas finas da cidade, todos vestiram-se melhor para ir lá. Assim, todo mundo ficou mais bonito, de terno (ou costume, como ensinou Gloria Kalil). A bebida acabou às 2h, mas a animação do povo não. E o lugar era uma mistura de fundição Progresso com Arena, do Junior Vasquez. Quem não foi ou saiu cedo pode pôr a mão na cabeça e chorar.

MAIS do Luke Slater. Tocou tecno melodioso e intenso. Mais acessível no Florestta; mais pesado na piscina. E deixou a Ouro Fino passada, ao tocar por uma hora na Techno Records, enquanto ouvia discos. Levou quatro.

ACOSTUMADOS que estamos com o som mais rápido da house praticada em São Paulo, Danny Tenaglia parecia meio lento, na entupida pista da B.A.S.E, semana passada. As músicas iam até o final e, tecnicamente falando (como diria o próprio Pareto) as mixagens não chegaram a surpreender. Depois de 4h foi ficando mais deep, mais legal. E depois diz que ele mandou apagar a luz da casa e ficar só na luz negra (também acho meio clara mesmo a pista).

O novo hype do Cube é o drink Ginger Gim, finíssimo, que vem com hortelã e um copo grande. O nome parece trava-língua de criança...

FINAAAA! Depois de Paulette Pink, foi a vez da minha amiga, a histriônica Silvetty Montilla, fazer a boa plástica no nariz. Tá óóóótimaaa, fia!

ANOTE na agenda: já tem data o aniversário do Hell's: vai ser dia 11 de julho, lá mesmo. E depois o lugar sofre reforma de duas semanas, quando Pil aproveita para viajar com o projeto. A primeira festa do Hell's itinerante é dia 27 em Curitiba.

PARETO toca seus novos discos de drum'n'bass amanhã no Glitter.

HÁ boatos de que o midas Fatboy Slim está vindo ao Brasil para tocar no Rio. Tomara que seja verdade... Vem pra cá também que a gente quer, sim!

A Sony Music prepara na surdina um novo projeto de dance music nacional. Vai contar com alguns top clubbers, como Adriana Recchi e Sergio Tamborim, entre outros, mais o DJ Marcelinho Tallandré. Um novo Que Fim Levou o Robin, portanto? Vamos ver, vamos ver...

ENQUANTO isso, lá no underground, Adriano Cintra trouxe de NY sua banda de lá, a Make-Up. Enquanto isso, Ida Feldman anuncia sua saída do Modess.

E já tem a data oficial da Love Parade de Berlim: 11 de julho.

FELIZ Dia dos Namorados para todos e todas.



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