São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Eryk Rocha acompanha rastro de homem solitário "Transeunte" é o primeiro longa-metragem de ficção do filho de Glauber Cineasta dirige musical com Jards Macalé, a ser lançado neste ano, e prepara novo roteiro sobre taxista no Rio LÚCIA VALENTIM RODRIGUES DE SÃO PAULO Expedito anda, anda, anda. Fala pouco. Esse senhor de 65 anos vai ao cemitério, toma um elevador, observa. O personagem central de "Transeunte", de Eryk Rocha, começa o filme deixando o mundo escorrer pelas mãos. Aos poucos, vai retomar as rédeas de sua vida. Vindo do documentário, o filho de Glauber Rocha estreia na ficção colocando o espectador na dúvida. "Para mim, o maior elogio é quando me perguntam se o personagem é real ou não. Essa é a graça de 'Transeunte': incorporar a cidade no jogo cênico de tal forma que cria essa tensão", conta o diretor, por telefone, do Rio. "Essa mistura oxigena a ficção." Ele criou o argumento do longa durante participação no Festival de Cannes de 2004 com seu curta "Quimera". "Enquanto via aquelas celebridades circulando, me deu vontade de falar sobre um anônimo, sobre a solidão de um homem, sobre o rastro de sua passagem pelo mundo." A produção foi toda rodada em preto e branco, o que "potencializa o enigma do personagem". "Esconder as cores ajuda a criar a atmosfera de mistério que circunda Expedito, além de fazer parte de toda a história do cinema", explica o diretor. Em seu currículo, ele tem "Pachamama" (2008), "Intervalo Clandestino" (2006) e "Rocha que Voa" (2002), sua primeira incursão em longas, premiada no festival de documentários É Tudo Verdade. "Agora quis fazer um filme que afetasse o modo como as pessoas verão as outras. Retrato as sensações de um indivíduo na multidão. É o nível mais elementar de ser político: sentir o mundo a partir da pele do personagem." Seu próximo projeto também é um longa de ficção: "Jards" é um musical com o cantor Jards Macalé, a ser lançado no segundo semestre. Ainda produz "Sobre a Neblina", dirigido por sua mãe, Paula Gaitán, que começou a ser feito na terça em Minas Gerais, e prepara um roteiro a ser filmado em 2012 sobre um taxista nas ruas do Rio. Texto Anterior: Crítica/Documentário: "Solidão e Fé" não investiga a fundo simbologia dos rodeios Próximo Texto: Coleção traz polêmico trabalho de Bertolucci Índice | Comunicar Erros

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