São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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Coleção traz polêmico trabalho de Bertolucci

"Último Tango em Paris", de 1972, chega às bancas neste domingo

Com Marlon Brando e Maria Schneider no elenco, filme causou escândalo com cenas de sexo quase explícito

DE SÃO PAULO

"Último Tango em Paris" é o clássico que a Coleção Folha Cinema Europeu oferece ao leitor neste domingo. O DVD também traz comentários sobre a carreira do cineasta italiano Bernardo Bertolucci.
O enredo do filme, minimalista, se detém nos encontros entre dois desconhecidos num apartamento na capital francesa. Paul (Marlon Brando), um viúvo em crise pessoal, e a jovem parisiense Jeanne (Maria Schneider) alternam o sexo casual e longas conversas, num progressivo desnudamento de suas protegidas intimidades e inquietações.
Sempre comentando subjetivamente a política e a história, Bertolucci aproveita as particularidades de seus personagens para falar do vazio suscitado pela crise do projeto político naquele pós-1968, tema que já estava em seu "Antes da Revolução" (1964).
Lançado em 1972, o longa gerou uma forte reação por levar ao sagrado espaço do cinema de arte cenas de sexo quase explícito e diálogos que detalhavam temas jamais tratados fora do circuito pornográfico, como orgasmo e sexo anal.
Além disso, havia Marlon Brando. O grande astro fazia, em cena, algo bem distinto de suas performances em Hollywood. Mas, de praxe, entre fortes diálogos improvisados com Schneider, sua atuação entrou para a antologia do cinema.
Ainda que tenha sofrido proibições em vários países e seu realizador tenha sido processado, "Último Tango em Paris" gerou uma discussão bastante útil à liberalização das artes.
Além disso, foi um estímulo para outros talentosos cineastas ousarem, como Nagisa Oshima e seu "O Império dos Sentidos" (1976).


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