São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTES PLÁSTICAS

Para diretor do Malba, delimitação geográfica define conceito; inauguração será no próximo dia 20

Colecionador cria museu "latino" em Buenos Aires

Divulgação
A obra "Abaporu", da brasileira Tarsila do Amaral, que integra o acervo do Malba, em Buenos Aires


ROGERIO WASSERMANN
DE BUENOS AIRES

O conceito de "arte latino-americana" é uma questão de delimitação geográfica, e não de unidade artística. Quem diz é o mexicano Agustín Arteaga, 43, ex-diretor do Museu de Belas Artes da Cidade do México e atual diretor do Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires), que será inaugurado no dia 20.
"O Malba vai mostrar ao público a grande criatividade e a grande diversidade dos artistas da região", afirma Arteaga.
O museu, criação do empresário e colecionador Eduardo Constantini, 55, abrirá as portas ao público com a mostra "Arte na América Latina", composta pelas 228 peças da coleção de Constantini e outras 55 obras emprestadas.
A coleção de Constantini, que já foi vista no Brasil há dois anos, abrange obras desde o início do século até contemporâneas. Entre as estrelas da coleção, estão o "Abaporu" (28), de Tarsila do Amaral, a tela-mural "Manifestación" (34), do argentino Antonio Berni, e o "Auto-Retrato con Chango y Loro" (42), óleo da mexicana Frida Kahlo.
A coleção tem ainda grandes nomes como o colombiano Fernando Botero, o mexicano Diego Rivera, o cubano Wilfredo Lam e o uruguaio Joaquín Torres-García. Entre os brasileiros, há obras de Lygia Clark, Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Hélio Oiticica e do escultor polonês radicado no Brasil Franz Krajcberg.
A inauguração do museu, prevista inicialmente para março, atrasou por conta dos problemas na construção do prédio, de 7.000 m2 de área. A edificação teve de ser autorizada por uma alteração na lei de planejamento urbano, porque o terreno destinado ao Malba, no bairro portenho de Palermo, está numa área onde não é permitida a construção de prédios novos. Após uma longa batalha com a ruidosa associação de vizinhos e uma ordem de demolição expedida pelo governo da cidade em junho, o museu foi finalmente salvo pela aprovação, em 28 de julho, de uma alteração na lei pelo Legislativo local.
O projeto completo do museu, para sua construção e instalação, custou US$ 25 milhões à Fundação Constantini, de autoria do criador do museu para gerir a instituição. Toda a coleção particular foi doada à fundação, sem fins lucrativos.


Texto Anterior: "Orfeu Negro"/DVD: Filme é o clássico da "macumba para turista"
Próximo Texto: Música: "Acústico MTV" de Roberto Carlos sai dia 3 de outubro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.