|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"BEM ME QUER... MAL ME QUER"
Estrela do longa de Laetitia Colombani, que estréia hoje, atriz fala de seu papel mais famoso
"Serei Amélie por toda a vida", afirma Audrey Tautou
Divulgação
|
A atriz Audrey Tautou em cena do filme francês "Bem me Quer... Mal me Quer", de Laetitia Colombani, que estréia hoje no Brasil |
DA REPORTAGEM LOCAL
Há um fantasma colado à imagem da atriz francesa Audrey
Tautou, 25, e ela sabe disso.
Exemplo: Tautou chega a um
hotel de Paris, para a entrevista
com um grupo de jornalistas latino-americanos que pretendem
falar sobre seu papel (o principal)
no longa "Bem me Quer... Mal me
Quer", de Laetitia Colombani. O
filme estréia hoje no Brasil.
Logo após o cordial "bom dia",
ela pergunta, sorrindo: "Vocês
têm algum desejo?". É uma referência à heroína transformadora
de vidas Amélie Poulain, que desempenhou no mais bem-sucedido filme de Jean-Pierre Jeunet, "O
Fabuloso Destino de Amélie Poulain", 14ª maior bilheteria do cinema francês em todos os tempos
(US$ 44,8 milhões).
Como Tautou parecia prever, a
conversa rapidamente tombou da
Angélique de "Bem me Quer...
Mal me Quer" para Amélie.
Acompanhe.
(SA)
Pergunta - Seu papel em "Bem
me Quer... Mal me Quer" é uma
tentativa de apagar Amélie?
Audrey Tautou - Não. Procurar
fazer um personagem oposto a
Amélie seria uma tentativa de
provar minha capacidade como
atriz. Não busquei isso. Mesmo o
personagem [Angélique] sendo
um pouco louco, não tomei o partido de interpretá-lo assim. Ao
contrário. Tentei preservar o que
estava no roteiro. O que me atraiu
foi a chance de brincar com a imagem que as pessoas fazem de
mim, alguém angelical e ingênua.
Pergunta - Há uma armadilha
num sucesso como "O Fabuloso
Destino de Amélie Poulain"? Você
se sente identificada demais com
um único personagem?
Tautou - Acho que, para muita
gente, serei Amélie por toda a minha vida. Não será o fato de estar
num filme como "Bem me Quer...
Mal me Quer" ou em qualquer
outro que mudará isso.
Há muitas pessoas que não são
cinéfilas o suficiente para distinguir a atriz da personagem. Mas
essa é minha profissão. Não vejo
nenhum risco em participar de
um filme que as pessoas adorem,
que leve um pouco de alegria para
as suas vidas e que seja sucesso.
Pergunta - Você sente pressão da
indústria para fazer sempre o mesmo papel?
Tautou - De jeito nenhum. Amélie, para mim, está tão relacionada
ao universo de Jean-Pierre Jeunet
que, se alguém me propusesse interpretar uma garota imaginativa,
que ajuda as pessoas e com isso
muda suas vidas, não acho que seria semelhante a Amélie.
Nunca me arrependi de ter feito
esse filme, mesmo se do ponto de
vista da vida privada tenham
acontecido coisas muito desagradáveis. No trabalho, só ajudou.
Pergunta - A que tipo de coisas
desagradáveis você se refere?
Tautou - De um dia para o outro,
passei a ser observada por todas
as pessoas em volta de mim, na
rua, no metrô, nos restaurantes. É
extremamente esquisito ser olhada o tempo todo.
É muito duro também receber
todo o tipo de solicitações, desde
ir a inaugurações até escrever
uma carta ao Papa, para pedir que
alguém seja canonizado.
Pergunta - Que critério usa para
aceitar uma proposta de trabalho?
Tautou - Hoje, o que mais conta
para mim quando vou avaliar um
projeto é o nome do diretor. Eu
me dei conta de que é realmente
agradável trabalhar com pessoas
talentosas. Portanto, mais do que
o papel em si, considero a aventura como um todo, a experiência
que terei, as descobertas que poderei fazer.
Texto Anterior: O espectador tem sempre razão? Próximo Texto: Crítica: Olhar psicológico tem boas intenções, mas é vazio Índice
|