São Paulo, segunda, 12 de outubro de 1998

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Artistas são a história da black

do enviado ao Rio

Antes, tudo era ensaio. Mas no final dos anos 60, quando Tim Maia desembarcou no Brasil com a mala cheia de influência, vindo de uma temporada doidona nos EUA, estava oficialmente fundada a soul music brasileira.
Seu know-how foi imediatamente absorvido por Roberto e Erasmo Carlos, seus parceiros de outros carnavais. Em 68, ambos lançaram discos soul e abriram caminho para que Tim pudesse gravar.
Ao lado de Tim, estavam os Diagonais, um trio que misturava soul com MPB. O líder dos Diagonais era o paraibano Genival Cassiano.
Compositor de dois dos primeiros sucessos comerciais de Tim, "Primavera" e "Eu Amo Você" (70), Cassiano pôde estrear solo em 71, com "Imagem e Som".
O próprio Tim contou com impulso externo para acontecer. Tornou-se conhecido quando Elis Regina o utilizou num dueto, de "These Are the Songs", em 70.
O compositor baiano Hyldon conta que foi no dia dessa gravação que conheceu Tim. Estava fechada a trindade da soul music brasileira.
Uma onda de popularidade do gênero se deu em meados dos 70, quando Hyldon lançou "Na Rua, na Chuva, na Fazenda" e Cassiano, "A Lua e Eu" e "Coleção", hits alavancados pela Rede Globo e nunca mais reproduzidos depois.
Cláudio Zoli e Sandra de Sá são frutos mais tardios dessa árvore. Descoberta de Cassiano, Zoli liderou a banda Brylho, dona do hit solitário "Noite do Prazer" (83). Efêmero, o grupo precedeu a errática carreira solo de Zoli.
Sandra veio a público pelas mãos do festival global "MPB 80", em que apresentou "Demônio Colorido". Logo se filiou -como o próprio Tim- a vertentes mais românticas/populares, que garantiram, por vias tortas, a sobrevivência do soul nos 80. Hoje, é quase estaca zero novamente. (PAS)



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