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Artistas são a história da black
do enviado ao Rio
Antes, tudo era ensaio. Mas no final dos anos 60, quando Tim Maia
desembarcou no Brasil com a mala
cheia de influência, vindo de uma
temporada doidona nos EUA, estava oficialmente fundada a soul
music brasileira.
Seu know-how foi imediatamente absorvido por Roberto e Erasmo
Carlos, seus parceiros de outros
carnavais. Em 68, ambos lançaram
discos soul e abriram caminho para que Tim pudesse gravar.
Ao lado de Tim, estavam os Diagonais, um trio que misturava soul
com MPB. O líder dos Diagonais
era o paraibano Genival Cassiano.
Compositor de dois dos primeiros sucessos comerciais de Tim,
"Primavera" e "Eu Amo Você"
(70), Cassiano pôde estrear solo
em 71, com "Imagem e Som".
O próprio Tim contou com impulso externo para acontecer. Tornou-se conhecido quando Elis Regina o utilizou num dueto, de
"These Are the Songs", em 70.
O compositor baiano Hyldon
conta que foi no dia dessa gravação
que conheceu Tim. Estava fechada
a trindade da soul music brasileira.
Uma onda de popularidade do
gênero se deu em meados dos 70,
quando Hyldon lançou "Na Rua,
na Chuva, na Fazenda" e Cassiano,
"A Lua e Eu" e "Coleção", hits alavancados pela Rede Globo e nunca
mais reproduzidos depois.
Cláudio Zoli e Sandra de Sá são
frutos mais tardios dessa árvore.
Descoberta de Cassiano, Zoli liderou a banda Brylho, dona do hit solitário "Noite do Prazer" (83). Efêmero, o grupo precedeu a errática
carreira solo de Zoli.
Sandra veio a público pelas mãos
do festival global "MPB 80", em
que apresentou "Demônio Colorido". Logo se filiou -como o próprio Tim- a vertentes mais românticas/populares, que garantiram, por vias tortas, a sobrevivência do soul nos 80. Hoje, é quase estaca zero novamente.
(PAS)
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