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NOVOS TEMPOS
Pico do Cauê
desapareceu
com minério
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Muitos dos locais de Itabira (110 km a leste de Belo
Horizonte), citados por Carlos Drummond de Andrade
em seus poemas, já desapareceram.
O exemplo mais famoso é
o pico do Cauê, sobre o qual
Drummond escreveu que
"cada um de nós tem seu pedaço". O pico foi cortado
para a extração de minério
de ferro pela Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD),
que obteve a concessão para
explorar a área.
A fazenda do Pontal, antiga fazenda dos Quatro Vinténs, que pertencia aos pais
de Drummond, deu lugar a
uma represa para contenção
de rejeitos da mineração.
A casa da fazenda onde
Drummond nasceu, entretanto, foi preservada. A
CVRD desmontou a construção, que será erguida novamente em um parque
ecológico próximo à cidade.
Antes do desmonte, a casa
foi fotografada e desenhada
em planta. Sua reconstrução
foi um dos itens necessários
para que a empresa conseguisse a licença ambiental
para instalar seu projeto de
mineração.
A assessoria da CVRD informa que existe um documento escrito de próprio
punho por Drummond de
Andrade que afirma não
existir interesse da família
em preservar a construção.
A prefeitura também está
recuperando o poço da
Água Santa, uma fonte de
água quente que era usada
pela população para se banhar e que foi citada pelo
poeta no livro "Boitempo 2
(Menino Antigo)".
"A tarde não cai na Água
Santa, ela pousa na gameleira, fica vendo os meninos se
banharem", narra o poeta,
em "O Banho".
Maria Lúcia de Pinho Tavares, primeira-dama de
Itabira, explica que a fonte
foi contaminada por esgotos
urbanos e deixou de ser utilizada pela população.
(CHS)
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