São Paulo, sábado, 12 de novembro de 2005

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POLÍTICA CULTURAL

Empresa e MinC anunciam projetos contemplados sem edital público; verba total é de R$ 62 milhões

Petrobras abre nova torneira de patrocínios

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, deu a partida ontem na terceira edição do maior programa de patrocínio cultural do país. A versão 2005/2006 do Petrobras Cultural terá R$ 62 milhões para distribuir a projetos de todo o país, sendo que R$ 15,5 milhões já têm destino certo: vão para 107 escolhidos diretamente pela empresa, sem edital.
Entre os selecionados, anunciados ontem na sede da Petrobras, no Rio, estão companhias de dança como Corpo, Deborah Colker e Cisne Negro; grupos de teatro como Oficina Uzyna Uzona, Galpão e Giramundo; o projeto Pixinguinha de circulação de shows; diversos festivais de artes cênicas e cinema, como a Mostra Internacional de São Paulo; e projetos específicos como as obras de recuperação do Museu Nacional de Belas Artes e a restauração dos filmes de Nelson Pereira dos Santos.
O cineasta foi um dos artistas citados por Gil na cerimônia. O outro foi José Celso Martinez Corrêa, que obteve R$ 800 mil da Petrobras para encenar no Oficina a última parte de "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, com estréia prevista para 30 de março.
"A verba é insuficiente, porque a última parte é a maior, mas buscaremos reforços de patrocínio. Eles [a Petrobras] ainda estão sóbrios conosco, em comparação a outros grupos mais antigos no programa. Mas é um apoio muito importante", disse Zé Celso.
Nos discursos de Gil, do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e dos executivos da Petrobras, prevaleceu a ênfase na descentralização dos recursos, que eram, segundo eles, muito concentrados em Rio e São Paulo no governo anterior.
"A região Norte, que tinha traço [perto de zero] de investimento na lei de incentivos fiscais [Lei Rouanet], cresceu mais de 500%. Para quem não tinha nada, o pouco já é muito", afirmou Gil.
No caso do Petrobras Cultural, Rio e São Paulo ficaram com 68% na primeira edição, 2003/2004. Na segunda, a porção caiu para 43% e só quatro Estados do país deixaram de receber patrocínio.
"A Petrobras e outras empresas estatais, além do Ministério da Cultura através de recursos orçamentários, estão convergindo para a mentalidade de uma política de Estado para a área de cultura. Essa é uma das maiores contribuições que o nosso ministério vai deixar", disse Gil.
O ministro deu o clique de lançamento do site Overmundo (www.overmundo.com.br), que terá notícias sobre manifestações culturais. A página só funcionará completamente em 2006, mas já está no ar um grupo de reportagens e uma música de Gil, "Oslodum", liberada em Creative Commons (pode ser reutilizada sem pagamento de direitos autorais).


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