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POLÍTICA CULTURAL
Empresa e MinC anunciam projetos contemplados sem edital público; verba total é de R$ 62 milhões
Petrobras abre nova torneira de patrocínios
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, deu a partida ontem na terceira edição do maior programa de
patrocínio cultural do país. A versão 2005/2006 do Petrobras Cultural terá R$ 62 milhões para distribuir a projetos de todo o país,
sendo que R$ 15,5 milhões já têm
destino certo: vão para 107 escolhidos diretamente pela empresa,
sem edital.
Entre os selecionados, anunciados ontem na sede da Petrobras,
no Rio, estão companhias de dança como Corpo, Deborah Colker e
Cisne Negro; grupos de teatro como Oficina Uzyna Uzona, Galpão
e Giramundo; o projeto Pixinguinha de circulação de shows; diversos festivais de artes cênicas e cinema, como a Mostra Internacional de São Paulo; e projetos específicos como as obras de recuperação do Museu Nacional de Belas
Artes e a restauração dos filmes de
Nelson Pereira dos Santos.
O cineasta foi um dos artistas citados por Gil na cerimônia. O outro foi José Celso Martinez Corrêa, que obteve R$ 800 mil da Petrobras para encenar no Oficina a
última parte de "Os Sertões", de
Euclydes da Cunha, com estréia
prevista para 30 de março.
"A verba é insuficiente, porque
a última parte é a maior, mas buscaremos reforços de patrocínio.
Eles [a Petrobras] ainda estão sóbrios conosco, em comparação a
outros grupos mais antigos no
programa. Mas é um apoio muito
importante", disse Zé Celso.
Nos discursos de Gil, do ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência, Luiz Dulci, e dos executivos da Petrobras, prevaleceu a
ênfase na descentralização dos recursos, que eram, segundo eles,
muito concentrados em Rio e São
Paulo no governo anterior.
"A região Norte, que tinha traço
[perto de zero] de investimento
na lei de incentivos fiscais [Lei
Rouanet], cresceu mais de 500%.
Para quem não tinha nada, o pouco já é muito", afirmou Gil.
No caso do Petrobras Cultural,
Rio e São Paulo ficaram com 68%
na primeira edição, 2003/2004. Na
segunda, a porção caiu para 43% e
só quatro Estados do país deixaram de receber patrocínio.
"A Petrobras e outras empresas
estatais, além do Ministério da
Cultura através de recursos orçamentários, estão convergindo para a mentalidade de uma política
de Estado para a área de cultura.
Essa é uma das maiores contribuições que o nosso ministério
vai deixar", disse Gil.
O ministro deu o clique de lançamento do site Overmundo
(www.overmundo.com.br), que
terá notícias sobre manifestações
culturais. A página só funcionará
completamente em 2006, mas já
está no ar um grupo de reportagens e uma música de Gil, "Oslodum", liberada em Creative Commons (pode ser reutilizada sem
pagamento de direitos autorais).
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