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Um bailarino superstar em SP
Divulgação
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O bailarino russo Mikhail Baryshnikov, que se apresenta no Teatro Municipal de SP neste fim-de-semana
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Mikhail Baryshnikov, 50, último ídolo pop do balé, apresenta-se no final de semana no Municipal; "Serão noites de dança e música, não de efeitos, diz, em entrevista
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ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha
"Diga a seus leitores que não farei um espetáculo de efeitos", disse
Mikhail Baryshnikov à Folha sobre suas duas apresentações neste
final de semana, no Teatro Municipal de São Paulo.
Aos 50 anos, o último ídolo pop
do balé está de volta para interpretar uma noite de dança e música,
como ele se refere ao espetáculo
solo que estreou em janeiro passado no City Center de Nova York e
que agora chega ao Brasil.
Acompanhado de música ao vivo, tocada pelo White Oak Ensemble -orquestra de câmara que integra o grupo de dança com mesmo nome, fundado por Baryshnikov em 1990-, o bailarino, que fugiu da antiga União Soviética em
1974 porque queria expandir seu
vocabulário artístico, mostra que
hoje dança o que quer.
Mesmo exibindo alguns vincos
no rosto, Misha ainda conserva o
corpo perfeito, o ar jovial e o carisma que sempre potencializaram
seu poder de magnetizar platéias.
No entanto, em sua rápida passagem por São Paulo, será visto por
poucos. Em apenas dois dias esgotaram-se todos os ingressos colocados à venda no Municipal para a
apresentação de domingo.
Para o espetáculo de sábado, tudo depende da sorte e da condição
de pagar até R$ 200 ao Centro Israelita de Assistência ao Menor,
que está fazendo da estréia de Misha uma noite beneficente e que até
a manhã de ontem tinha disponíveis cerca de 150 ingressos.
Depois de experimentar os mais
diversos estilos de dança -do romantismo de Marius Petipa ao
vanguardismo de Merce Cunningham-, Baryshnikov chega à maturidade recusando o rótulo de estrela e definindo-se como um bailarino moderno, que continua testando possibilidades.
Ao trocar a bravura técnica pela
densidade, filiou-se a uma tendência bem-sucedida, hoje protagonizada por grupos como o Nederlands Dans Theater 3, da Holanda,
cujos bailarinos, com mais de 40
anos, provam, como Misha, que a
arte pode melhorar com o tempo.
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