São Paulo, Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2000


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ARTES
Mostra no Sul registrou a visita de 294.287 pessoas e atraiu importantes curadores brasileiros e estrangeiros
Bienal do Mercosul termina com recorde

JULIANA MONACHESI
free-lance para a Folha


A 2ª Bienal do Mercosul terminou, no último domingo, em Porto Alegre, com recorde de público e boas perspectivas para as próximas edições. Entre os visitantes ilustres esteve o curador da Bienal de Veneza, o suíço Harald Szeemann, que se mostrou interessado pelo trabalho de vários artistas brasileiros, como Élida Tessler e Rochelle Costi.
Já o curador do MAM-SP, Tadeu Chiarelli, e a curadora-assistente, Rejane Cintrão, que passearam demoradamente pela exposição no sábado, devem trazer uma parte a São Paulo. Segundo Chiarelli, eles estudam a possibilidade de mostrar uma síntese do setor de arte e tecnologia no MAM.
Esse foi o módulo mais visitado no último fim-de-semana da Bienal do Mercosul, levando filas à porta da Usina do Gasômetro, único espaço com entrada gratuita da exposição, e fez o público totalizar 294.287, recorde em relação à primeira bienal, em 97, que recebeu 289.502 pessoas.
A entrada em cada módulo da bienal ("Iberê Camargo" e "Picasso, Cubismo e America Latina", que estavam no Museu de Arte do RS, e "Julio Le Parc - Arte e Tecnologia" e artistas contemporâneos, no Gasômetro) era contada em separado; assim, alguém que tenha visto todos os quatro módulos foi registrado quatro vezes.
Recorde ou não, o número é bastante expressivo quando comparado à visitação da última Bienal de Veneza, que recebeu 240 mil pessoas. A última edição da Bienal de São Paulo, em 98, recebeu 387.732 visitantes. Na edição anterior, havia sido registrada a visita de 398.879 pessoas.
Para a curadora do módulo de arte e tecnologia, Diana Domingues, o aumento de visitantes deve-se em muito ao atrativo da arte interativa, que será trazida ao MAM. "A arte comportamental quebra todos os protocolos", afirma. Somente no domingo, 4.987 pessoas visitaram o módulo.
Tadeu Chiarelli considerou a retrospectiva de Iberê Camargo de altíssima qualidade. Ele elogiou a montagem da exposição como um todo e frisou a importância de dar visibilidade à arte latino-americana. Dos artistas brasileiros, gostou principalmente da obra de Daniel Acosta.
Em "Contra-Paisagem", Acosta utiliza blocos de vidro para construir uma parede transparente e fecha as janelas com tijolos e argamassa. "Tem um diálogo bonito com a arquitetura, o que remete à montagem da Bienal, em que o espaço foi muito respeitado, sem intervenções bruscas", afirma.


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