|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTES
Mostra no Sul registrou a visita de 294.287 pessoas e atraiu importantes curadores brasileiros e estrangeiros
Bienal do Mercosul termina com recorde
JULIANA MONACHESI
free-lance para a Folha
A 2ª Bienal do Mercosul terminou, no último domingo, em Porto Alegre, com recorde de público
e boas perspectivas para as próximas edições. Entre os visitantes
ilustres esteve o curador da Bienal
de Veneza, o suíço Harald Szeemann, que se mostrou interessado pelo trabalho de vários artistas
brasileiros, como Élida Tessler e
Rochelle Costi.
Já o curador do MAM-SP, Tadeu Chiarelli, e a curadora-assistente, Rejane Cintrão, que passearam demoradamente pela exposição no sábado, devem trazer uma
parte a São Paulo. Segundo Chiarelli, eles estudam a possibilidade
de mostrar uma síntese do setor
de arte e tecnologia no MAM.
Esse foi o módulo mais visitado
no último fim-de-semana da Bienal do Mercosul, levando filas à
porta da Usina do Gasômetro,
único espaço com entrada gratuita da exposição, e fez o público totalizar 294.287, recorde em relação à primeira bienal, em 97, que
recebeu 289.502 pessoas.
A entrada em cada módulo da
bienal ("Iberê Camargo" e "Picasso, Cubismo e America Latina",
que estavam no Museu de Arte do
RS, e "Julio Le Parc - Arte e Tecnologia" e artistas contemporâneos, no Gasômetro) era contada
em separado; assim, alguém que
tenha visto todos os quatro módulos foi registrado quatro vezes.
Recorde ou não, o número é
bastante expressivo quando comparado à visitação da última Bienal de Veneza, que recebeu 240
mil pessoas. A última edição da
Bienal de São Paulo, em 98, recebeu 387.732 visitantes. Na edição
anterior, havia sido registrada a
visita de 398.879 pessoas.
Para a curadora do módulo de
arte e tecnologia, Diana Domingues, o aumento de visitantes deve-se em muito ao atrativo da arte
interativa, que será trazida ao
MAM. "A arte comportamental
quebra todos os protocolos", afirma. Somente no domingo, 4.987
pessoas visitaram o módulo.
Tadeu Chiarelli considerou a retrospectiva de Iberê Camargo de
altíssima qualidade. Ele elogiou a
montagem da exposição como
um todo e frisou a importância de
dar visibilidade à arte latino-americana. Dos artistas brasileiros,
gostou principalmente da obra de
Daniel Acosta.
Em "Contra-Paisagem", Acosta
utiliza blocos de vidro para construir uma parede transparente e
fecha as janelas com tijolos e argamassa. "Tem um diálogo bonito
com a arquitetura, o que remete à
montagem da Bienal, em que o
espaço foi muito respeitado, sem
intervenções bruscas", afirma.
Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: Parque da harmonia Próximo Texto: Cinema: Associação de críticos dos EUA divide premiação pela 1ª vez Índice
|