DA REDAÇÃO

Parceiro de Chico Buarque em canções inesquecíveis, como "Meu Caro Amigo" (76), "Luisa" (79) e "Vai Passar" (84), o carioca Francis Hime diz que suas músicas de maior sucesso comercial sempre foram as feitas com o amigo. E são justamente essas que Hime mostrará no Sesc Pinheiros neste final de semana.
"A idéia é focar nas mais conhecidas. É aquela coisa de escolher as músicas que as pessoas estão com vontade de ouvir", conta.
Além das canções que costumam ser cantadas em uníssono pela platéia, Hime incluiu no repertório outras menos conhecidas como "Qualquer Amor" e "Rei de Ramos" -ambas de 79- e uma parceria sua com Vinicius de Moraes, "Sem Mais Adeus". Fabiana Cozza, com participação especial na show, fará uma releitura de "Embarcação" (82).
Com uma formação instrumental mais enxuta, mostrada por Hime em uma série de apresentações no Baretto, no ano passado, o músico toca ao lado de Gabriel Improta (violões e guitarra), André Santos (baixo) e Diego Zangado (bateria e percussão).

Histórias
"Antes ou depois de ser amigo do Chico, sou fã dele. É um gênio, um craque em todos os sentidos, não só no futebol. É uma unanimidade nacional. E neste caso a unanimidade não é burra."
Hime, que o classifica como um grande poeta e um músico sofisticado, diz que o único defeito de Chico é ser torcedor do Fluminense. "Eu sou vascaíno", avisa. "E a Luisa dele é com "s" e a minha é com "z'", brinca, ao comentar o fato de a filha de Chico e a sua terem o mesmo nome.
"Ele tem soluções intuitivas muito originais. Eu ficava surpreso com os caminhos harmônicos que ele trilhava", comenta.
Quando o assunto são as escassas subidas de Chico ao palco, Hime diz que o compositor, quando está no meio de uma temporada, gosta e se diverte muito. "Ele não tem o impulso de ir para o palco, mas hoje se sente mais confortável do que tempos atrás."
Hime deixa a dica para quem não perde a esperança de ouvi-lo ao vivo: "A melhor maneira de envolver o Chico no show é marcar uma partida de futebol junto". (JF)


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