São Paulo, sexta, 13 de fevereiro de 1998

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LITERATURA
Amis sofreu abuso sexual

das agências internacionais

O escritor britânico Martin Amis, 48, disse a uma revista da Internet que escrever sobre uma prima assassinada por serial killers reavivou as lembranças de como ele próprio sofreu abuso sexual por três vezes quando criança.
A estudante Lucy Partington desapareceu em 1973, aos 21 anos. Ela foi uma das 12 mulheres estupradas e mortas pelos assassinos ingleses Fred e Rose West. Amis dedicou o livro "A Informação", de 1995, a ela.
"Nós não sabíamos o que havia acontecido. Então, 22 anos depois, ela foi encontrada enterrada no jardim de Fred West", disse o autor de "Grana" e "Night Train" (Trem Noturno) à revista "Solon", nesta semana.
"Percebi que isso continuava martelando no meu inconsciente e que estava escrevendo sobre ela e West. Também acho que estava escrevendo sobre as três vezes na minha vida em que fui molestado por estranhos. Uma vez, foi em casa. Havia uma festa. Eu tinha 9 anos e estava no quarto. Ele disse que era médico. Ela apenas ficou parada na porta."
Amis não deu detalhes sobre o que aconteceu. Disse apenas que foi molestado em outras duas ocasiões, na rua e numa praia.
Filho do escritor sir Kingsley Amis, o autor provoca controvérsia desde o lançamento de seu primeiro livro, "The Rachel Papers", publicado quando ele tinha 24 anos.
Amis enfureceu o mercado editorial britânico em 95, conseguindo um adiantamento recorde de 500 mil libras (US$ 816 mil) por "A Informação", enquanto separava-se da mulher -com quem ficou casado por 11 anos- para ficar com a escritora Isabel Fonseca.



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