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PERSONALIDADE
Uma das principais cantoras líricas brasileiras estava internada havia 34 dias, no Penn Bay Medical Center
Bidu Sayão morre de pneumonia nos EUA
MARCELO DIEGO
de Nova York
A cantora lírica brasileira Bidu
Sayão, 94, morreu ontem em função de problemas decorrentes de
uma pneumonia, no Penn Bay Medical Center, no Estado de Maine
(EUA). Sayão estava internada havia 34 dias e enfrentava uma série
de problemas renais e respiratórios, além de uma infecção bucal.
Segundo o boletim médico, Sayão morreu às 10h30 (horário de
Brasília). A cantora morava nos
EUA havia mais de 50 anos. Segundo sua guardiã no país, Reisel
Handy, apesar dos problemas de
saúde, Sayão vinha conversando
com os médicos e passava parte do
tempo razoavelmente consciente.
A situação da cantora começou a
piorar e a preocupar os médicos no
início desta semana. Ela já não
aceitava mais a alimentação e sobrevivia graças a medicamentos e
soros ministrados pelos médicos.
Ela passou os últimos dias sedada.
Ontem, ela teria sido submetida
a uma transfusão de sangue, sem
sucesso. Assim que chegou ao hospital, a artista fez um pedido expresso à sua guardiã para que seu
corpo fosse cremado e as cinzas
fossem jogadas na baía de Lincolnville, cidade onde ela residia.
O consulado brasileiro em Nova
York afirmou que o pedido de Sayão já foi transmitido às autoridades brasileiras e que, diante disso,
não haverá traslado do corpo.
Ainda não há data marcada para
a cremação -o desejo inicial era
que acontecesse hoje, em cerimônia reservada para amigos da brasileira. Segundo a guardiã, não havia nenhum familiar de Sayão com
ela no momento da morte. Ela disse que um sobrinho da artista, que
mora no Rio de Janeiro, deveria seguir para os EUA para cuidar de
detalhes burocráticos.
O hospital teria tentado entrar
em contato com familiares, mas
sem conseguir falar com ninguém.
Sayão morava nos EUA desde o
final dos anos 30. Aclamada no
país, ela integrou a Orquestra Filarmônica de Nova York e o corpo
do Metropolitan Opera House, nas
décadas de 40 e 50, chegando a se
apresentar na Casa Branca.
Ela não era casada, morava com
sua guardiã. Ela não atuava mais,
mas seus trabalhos continuam em
alta no país. Há cerca de três anos,
todas as suas obras foram lançadas
remasterizadas em uma coleção
clássica nos EUA. O consulado
brasileiro em NY estuda a realização de um evento cultural para homenagear Bidu Sayão. A decisão
pode acontecer nos próximos dias.
CDs na Internet
A Folha pesquisou discos de CDs
de Bidu Sayão na Internet. Entre os
sites, somente a Amazon (www.amazon.com) e a Borders
(www.borders.com) dispõem títulos da cantora. Com acervos semelhantes, a principal diferença é o
prazo de envio: 24 horas para a
Amazon e de imediato na Borders.
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