São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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PERSONALIDADE
Uma das principais cantoras líricas brasileiras estava internada havia 34 dias, no Penn Bay Medical Center
Bidu Sayão morre de pneumonia nos EUA

MARCELO DIEGO
de Nova York

A cantora lírica brasileira Bidu Sayão, 94, morreu ontem em função de problemas decorrentes de uma pneumonia, no Penn Bay Medical Center, no Estado de Maine (EUA). Sayão estava internada havia 34 dias e enfrentava uma série de problemas renais e respiratórios, além de uma infecção bucal.
Segundo o boletim médico, Sayão morreu às 10h30 (horário de Brasília). A cantora morava nos EUA havia mais de 50 anos. Segundo sua guardiã no país, Reisel Handy, apesar dos problemas de saúde, Sayão vinha conversando com os médicos e passava parte do tempo razoavelmente consciente.
A situação da cantora começou a piorar e a preocupar os médicos no início desta semana. Ela já não aceitava mais a alimentação e sobrevivia graças a medicamentos e soros ministrados pelos médicos. Ela passou os últimos dias sedada.
Ontem, ela teria sido submetida a uma transfusão de sangue, sem sucesso. Assim que chegou ao hospital, a artista fez um pedido expresso à sua guardiã para que seu corpo fosse cremado e as cinzas fossem jogadas na baía de Lincolnville, cidade onde ela residia.
O consulado brasileiro em Nova York afirmou que o pedido de Sayão já foi transmitido às autoridades brasileiras e que, diante disso, não haverá traslado do corpo.
Ainda não há data marcada para a cremação -o desejo inicial era que acontecesse hoje, em cerimônia reservada para amigos da brasileira. Segundo a guardiã, não havia nenhum familiar de Sayão com ela no momento da morte. Ela disse que um sobrinho da artista, que mora no Rio de Janeiro, deveria seguir para os EUA para cuidar de detalhes burocráticos.
O hospital teria tentado entrar em contato com familiares, mas sem conseguir falar com ninguém.
Sayão morava nos EUA desde o final dos anos 30. Aclamada no país, ela integrou a Orquestra Filarmônica de Nova York e o corpo do Metropolitan Opera House, nas décadas de 40 e 50, chegando a se apresentar na Casa Branca.
Ela não era casada, morava com sua guardiã. Ela não atuava mais, mas seus trabalhos continuam em alta no país. Há cerca de três anos, todas as suas obras foram lançadas remasterizadas em uma coleção clássica nos EUA. O consulado brasileiro em NY estuda a realização de um evento cultural para homenagear Bidu Sayão. A decisão pode acontecer nos próximos dias.

CDs na Internet
A Folha pesquisou discos de CDs de Bidu Sayão na Internet. Entre os sites, somente a Amazon (www.amazon.com) e a Borders (www.borders.com) dispõem títulos da cantora. Com acervos semelhantes, a principal diferença é o prazo de envio: 24 horas para a Amazon e de imediato na Borders.


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