RICARDO FOTIOS
do Universo Online

O ator e diretor de cinema Anselmo Duarte, 78, afirma não estar alheio à indústria cinematográfica brasileira. Apesar disso, Duarte não quer mais filmar no Brasil e pretende se unir a produtores franceses para voltar às telas com "O Messias", escrito por ele, ainda este ano.
"Não vou mais fazer nenhum filme no Brasil. "O Messias', que eu já escrevi inteiro, vai mesmo contar com produção francesa e vai ser rodado em Lisboa, países onde Glauber Rocha não é deus", afirmou Duarte. "Não é que eu tenha algo contra o Glauber, que além de meu amigo era meu fã. Mas o que ele fez não era cinema. Era no máximo literatura."
O novo filme de Duarte conta a história de um jovem que pretende ser o salvador da humanidade, mas que no fundo não passa de um malandro. "Poderia ser a história de Jesus Cristo se passando hoje. Só não é porque o protagonista nem sempre é bem-intencionado", conta o diretor.
Duarte não quis revelar o nome dos produtores franceses envolvidos no projeto.
Duarte está à frente do projeto que pretende reativar os estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo. "Está tudo certo para transformarmos o lugar em uma universidade de comunicação e artes".
Duarte não sabe dizer se os estúdios poderiam fazer novas produções comercias. "Hoje em dia, o cinema não precisa mais de grandes estúdios. Precisa é de locações e equipamentos adequados. Além disso, Vera Cruz é marca da família Khouri (do diretor Walter Hugo Khouri) e não sei se poderemos usar", afirma.
Anselmo Duarte, que atualmente vive de palestras e conferências em universidades, comentou a premiação de "Central do Brasil", em Berlim, e elogiou Bruno Barreto. "Walter Salles Jr. é corajoso. Nunca se deixou levar pelo modismo. Mereceu o Urso de Ouro. Por outro lado, Bruno Barreto é dado ao "comercialismo' do cinema, mas é talentoso."




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