São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002 |
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DEPOIMENTO "Parei. Disco é um mercado muito sacana, muito canalha. Hoje o disco está na mão de bandidos, ficou perigoso de trabalhar. Quando comecei a perceber que tinha que comprar discotecários, produtores, programadores, vi que não dava. Quando eu trabalhava como chefe de divulgação na (extinta) RGE, recebi uma relação de discotecários e apresentadores subornáveis. Vi a relação e fiquei envergonhado. Tinha aqueles caras todos, até empresários que gostavam de música e que eles sugeriam que procurássemos. No rádio, hoje não há mais profissionais que apresentem música sem interesse. Eu nem aceitava receber disco, achava que era uma forma velada de suborno. Moro em casa alugada até hoje, passei apuros e ainda passo até hoje, mas tenho amigos. Nunca quis sujar minhas mãos. Não sujei até agora, tenho quatro filhos e nove netos para me julgar." Walter Silva, 69, sobre os vícios da indústria musical Texto Anterior: Livro: "Descobridor" de Elis revê a sua história Próximo Texto: "Vou te Contar": Obra aguça a vontade de ler as memórias de Walter Silva Índice |
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