São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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CRÍTICA

Aos 52, Chefe sabe do que fala

DE NOVA YORK

O climão de "The Rising" é o mesmo de "Born in the USA", não só pela volta da E Street Band mas pela atitude. Se no álbum de 1984 The Boss cantava a desilusão com a América dos Anos Reagan, aqui ele se desespera com o mundo pós-11 de setembro.
Contribui para a semelhança, é claro, o retorno do octeto original, entre eles o saxofonista Clarence Clemons, o baterista Max Weinberg e o guitarrista Steve van Zandt, que no hiato viveu o mafioso Silvio Dante na série "Família Soprano".
É na sonoridade e na intenção, no entanto, que o lançamento lembra o álbum histórico. Isso (e a alusão a 11/9) serviu para que os quarentões corressem às lojas para garantir seu exemplar, mas pode significar uma carreira curta para "The Rising", já que o adolescente médio, principal comprador de CDs nos EUA, desconhece a maior parte dos 30 anos de carreira de Springsteen.
Foi por isso que o músico escalou o produtor Brendan O'Brien, famoso por seu trabalho com Pearl Jam, Rage against the Machine e Korn, o que efetivamente dá um ar novo em algumas faixas.
É o caso de "Countin" on a Miracle", com guitarra mais pesada, e de "Empty Sky", que tem uma batidinha irresistível. Já do lado anos 80 estão "Lonesome Day", com seu ritmo chá-com-pão, e "Into the Fire".
Mas é a voz do Chefe que dá unidade a "The Rising", a mesma voz rouca e rascante que dizia ser difícil nascer nos EUA, onde "você termina como um cachorro que apanhou demais". Aos 52 anos, ele continua sabendo do que fala. (SÉRGIO DÁVILA)


The Rising    
Artista: Bruce Springsteen
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 28, em média




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