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Próximo Rock in Rio poderá ter versão menor e sem estrangeiros
ISRAEL DO VALE
EDITOR-ADJUNTO DA ILUSTRADA
O Rock in Rio pode ser a próxima vítima da escalada do dólar.
Prevista para janeiro de 2003, a
quarta edição do festival produzido pelo publicitário carioca Roberto Medina ainda não obteve os
recursos necessários para ser viabilizada.
A hipótese de realização em janeiro de 2003 está descartada. A
dúvida é se ainda seria viável realizá-lo no ano que vem. Se for feito, o festival perderá seu caráter
internacional.
Medina ainda não desistiu da
idéia de um evento no primeiro
semestre. Na atual conjuntura,
debruça-se sobre uma versão de
menor porte, concentrada em artistas nacionais. Teria "um novo
formato, com outra proposta",
diz. A idéia, contudo, é mantê-lo
na Cidade do Rock, em Jacarepaguá, no Rio.
"Projetos em diferentes áreas,
não apenas os culturais, estão sendo postergados até o cenário ficar
mais nítido", justifica. "O cancelamento do Free Jazz é uma perda
para o calendário cultural do país,
fruto da instabilidade econômica
pela qual estamos passando."
Sob crise em sua matriz, o provedor norte-americano America
on Line não assinará mais o patrocínio do Rock in Rio. O afastamento da AOL engessa a entrada
de patrocinadores complementares, que só aderem a projetos desse porte depois de a maior parte
dos recursos estar assegurada. Foi
assim em 2001, por exemplo, com
Coca-Cola e Schincariol.
Há pelo menos mais um forte
indício de que o evento não teria
condições de ser realizado em
moldes parecidos em 2003. Cesar
Castanho, braço direito de Medina na parte prática do festival em
2001, na função de produtor-executivo, acaba de se mudar para os
EUA. De mala e cuia. Transferiu
para Miami a base de operações
de sua empresa, Blitz Show, para
atuar na produção de shows de
artistas brasileiros.
Produtor experimentado, na
área desde 1978, Castanho acumula passagens pelos principais
eventos musicais de grande porte
já feitos no país. Seria peça fundamental para a realização do festival, da contratação de artistas ao
levantamento da infra-estrutura.
Outro complicador para a execução do festival com seu perfil
internacional é a crise argentina. Eventos de grande
porte no showbiz costumam ser
viabilizados pela diluição dos custos entre diversas praças da região, interna e externamente.
Quanto maior a quantidade de
shows numa mesma "perna de
turnê", mais fácil de ser viabilizado. Sem a Argentina como parceira, os produtores nacionais ficaram mancos.
Enquanto não confirma o Rock
in Rio 4, Medina mobiliza a Artplan em torno da RioParade, primeiro braço nacional da Street
Parade, o Carnaval de música eletrônica suíço que teve sua edição
2002 no último final de semana.
Produzido em parceria com a
Riotur e a Secretaria da Cultura
do Rio de Janeiro, o evento reunirá no próximo 20 de janeiro 30
"Love Mobiles", como a organização batiza seus "trios eletrônicos".
Sem exigir grandes parafernálias,
a vinda de DJs ainda é barata.
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