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RELÂMPAGOS
Prestes
JOÃO GILBERTO NOLL
Naquele sábado fui ao Galeão receber Prestes. Ele chegava de seu derradeiro exílio. E viu-se em meio a uma
multidão. Eu e outros de estatura alta fomos chamados
para protegê-lo. Comumente solitário, exultei como se
membro da guarda de uma
lenda em extinção. Um verdadeiro escudo humano ao
redor do Velho. A partir dali,
eu e um outro vigilante improvisado nos tornamos
bons amigos. No velório de
Prestes, anos depois, nos
despedimos com a promessa natural de um almoço. As
ruas do Rio transpiravam
antes da chuva. Nunca mais
nos vimos.
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