São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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crítica

Curtas fazem denúncia e experimentos

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Com seus 22 episódios distribuídos por 71 minutos, a coletânea "Histórias de Direitos Humanos" equivale a uma sessão vitaminada e cosmopolita do Festival Internacional de Curtas-Metragens -que, em programas com duração equivalente, costuma exibir apenas de seis a sete títulos.
Melhor para quem fica na parte inicial, como "Homem Móvel", do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um extraordinário plano-seqüência rodado na caçamba de um carro em movimento, com jovens exibindo marcas da cultura em seus corpos.
O também experimental "Eu Bebo a Água do seu Banho", da suíça Pipilotti Rist, é um bom representante da vertente conceitual da coletânea, em que um corpo nu serve de digressão poética sobre o meio ambiente.
A bósnia Jasmila Zbanic se inscreve, com "Participação", entre os curtas destinados a incomodar. Sem recorrer a palavras, o filme circula entre idosos num asilo e, graças ao uso de uma canção e a um breve momento de indiferença, termina como um tapa no espectador.
Outra corrente, a dos filmes-denúncia, inclui "Sobras", do argentino Pablo Trapero (que lembra "Ilha das Flores", de Jorge Furtado), e "Jogos Perigosos", da sérvia Marina Abramovic (sobre as crianças da guerra).
Lá no fim, duas discretas atrações: um curta do chinês Jia Zhang-ke e outro de Daniela Thomas e Walter Salles, sobre um jovem clarinetista num morro carioca.

Avaliação: bom



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