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crítica
Curtas fazem denúncia e experimentos
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Com seus 22 episódios
distribuídos por 71
minutos, a coletânea
"Histórias de Direitos Humanos" equivale a uma sessão vitaminada e cosmopolita do Festival Internacional
de Curtas-Metragens -que,
em programas com duração
equivalente, costuma exibir
apenas de seis a sete títulos.
Melhor para quem fica na
parte inicial, como "Homem
Móvel", do tailandês Apichatpong Weerasethakul,
um extraordinário plano-seqüência rodado na caçamba
de um carro em movimento,
com jovens exibindo marcas
da cultura em seus corpos.
O também experimental
"Eu Bebo a Água do seu Banho", da suíça Pipilotti Rist, é
um bom representante da
vertente conceitual da coletânea, em que um corpo nu
serve de digressão poética
sobre o meio ambiente.
A bósnia Jasmila Zbanic se
inscreve, com "Participação", entre os curtas destinados a incomodar. Sem recorrer a palavras, o filme circula
entre idosos num asilo e, graças ao uso de uma canção e a
um breve momento de indiferença, termina como um
tapa no espectador.
Outra corrente, a dos filmes-denúncia, inclui "Sobras", do argentino Pablo
Trapero (que lembra "Ilha
das Flores", de Jorge Furtado), e "Jogos Perigosos", da
sérvia Marina Abramovic
(sobre as crianças da guerra).
Lá no fim, duas discretas
atrações: um curta do chinês
Jia Zhang-ke e outro de Daniela Thomas e Walter Salles, sobre um jovem clarinetista num morro carioca.
Avaliação: bom
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