São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Companhia de Ópera será bancada por Lei Rouanet

Projeto foi apresentado por Juca Ferreira e Neschling em SP

Ainda sem sede, grupo tem estreia marcada para abril de 2010 com montagem de "O Barbeiro de Sevilha" que deve passar por 20 cidades


IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira, o maestro John Neschling lançou ontem, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, sua Companhia Brasileira de Ópera. Orçamento de R$ 14 milhões, incluindo 105 récitas de "O Barbeiro de Sevilha", de Rossini, em 20 cidades brasileiras, entre abril e outubro do ano que vem.
Contando com um grupo de maestros (Abel Rocha, Ira Levin, Victor Hugo Toro e Yoram David), jovem cantores brasileiros e estrangeiros contratados (incluindo o barítono Leonardo Neiva), bem como orquestra e coro estáveis e um grupo fixo de profissionais de cenografia, a iniciativa será financiada via Lei Rouanet.
"Nenhum dos envolvidos será transformado em funcionário público", explica o ministro. "O ministério se associou à companhia institucionalmente e vai ajudar na captação de recursos, mas o dinheiro vai sair do mecenato."
A companhia nasce sem sede, com data de estreia para 21 de abril de 2010, em Brasília, e a ambição é levar a ópera a 140 mil espectadores de todas as regiões brasileiras. O projeto prevê que, além dos espetáculos pagos, haja récitas educativas para crianças e jovens, bem como apresentações para grupos sociais que não têm acesso a esse tipo de espetáculo.
"O Brasil tem uma grande tradição de ópera que, aos poucos, foi se perdendo. Hoje, vários teatros estão fechados, e poucas cidades fazem ópera", afirma Neschling. "Vamos democratizar a ópera e ainda oferecer a cantores e profissionais da área a oportunidade de trabalhar com tranquilidade."
Com direção cênica de Pier Francesco Maestrini, "O Barbeiro de Sevilha" será uma produção na qual os cantores interagem com a projeção de um filme de animação, que está sendo feito pelo cartunista ítalo-americano Joshua Held.
A ideia é que a companhia tenha uma atuação permanente, e que, depois do "Barbeiro", outros títulos também itinerantes sejam acrescidos ao repertório. "A companhia é um "work in progress'", diz o maestro.
Sobre o processo que moveu contra a Osesp, que o demitiu do cargo de diretor artístico em janeiro deste ano, e no qual a Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo foi condenada em primeira instância a lhe pagar R$ 4,3 milhões como indenização, Neschling foi lacônico: "A Osesp é passado".


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