São Paulo, quinta, 14 de janeiro de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Cultura não usa 1/3 da verba de incentivos
PATRICIA DECIA da Reportagem Local Cerca de R$ 50 milhões, quase um terço da verba de renúncia fiscal para a cultura, deixaram de ser utilizados no patrocínio de projetos em 1998. O número, que ainda não é definitivo (dados finais estarão disponíveis em março), foi divulgado pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort, que entra em seu segundo mandato no cargo. Foi o primeiro ano de retração da política que concedeu às empresas privadas a função de financiar -com dinheiro dos impostos- a produção de filmes, peças, espetáculos de dança, publicação de livros e outros bens culturais. Segundo Weffort, um dos principais baques foi a privatização das estatais de telecomunicações (leia entrevista abaixo). E quem mais sofreu foi o cinema. Apesar da publicidade em torno de "Central do Brasil", o setor teria conseguido captar da iniciativa privada parcos R$ 35 milhões, contra cerca de R$ 90 milhões em 97. O financiamento a todas as outras áreas foi de R$ 80 milhões em 98. O total, de R$ 105 milhões, ficou abaixo da renúncia para o ano (R$ 160 milhões) e também do investimento de 97 (R$ 135 milhões). A estratégia do Ministério da Cultura para reverter o quadro, segundo Weffort, é aumentar ainda mais os benefícios tributários para quem investir em cultura e, especialmente, em cinema. Algumas das propostas são a criação de estímulos adicionais para quem investir em outros Estados fora do eixo Rio-São Paulo, a criação de dois tetos separados de renúncia fiscal e a ampliação para 5% da alíquota de investimentos em cinema, que hoje é de 3%. "É preciso expandir os benefícios porque a demanda se expande numa escala muito maior. Se nós quisermos transformar o cinema em indústria, e nós queremos, temos que aumentar a capacidade de produção e de exibição. Isso significa que a alavancagem das leis de incentivo tem de aumentar", disse. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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