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David Falconer cria obra com ratos empilhados
especial para a Folha
De fato não poderia haver melhor cenário para "Stacked", a peça que deu nome à exposição de
David Falconer na Chapman Fine
Arts, do que o ambiente asqueroso
de um açougue abandonado.
"Stacked", que significa "empilhado", é um acúmulo de carcaças
de camundongos moldadas em
plástico. O único problema é que
colocar essa grotesca -porém
fantástica- escultura nesse contexto promove uma leitura demasiado literal da obra.
A escultura incorpora perfeitamente o espírito poluído da ética e
da estética dos Chapman e joga
com o mesmo elemento de choque
tão presente na obra dos irmãos.
Como eles definem, a peça "é algo cruel, algo um pouco mórbido,
algo que excede o repelente...".
Mas "Stacked" é artisticamente
mais que isso, uma forma escultural clássica, orgânica, elegante e
alta como um totem.
"Fiz moldes de 150 ratos, organizei tudo em blocos e fui encaixando um por cima do outro", explica
o artista, que comprou as criaturas em uma loja de animais, congeladas em um saco, vendidas como alimento para cobras. Logo
depois da abertura na Chapman
Fine Arts, a peça foi vendida por
US$ 7.000.
"Dino e Jake foram ótimos comigo, me chamando para ser o
primeiro na galeria e me emprestando o ateliê deles para construir
a obra, pois eu não tinha espaço
no meu pequeno quarto", disse.
Agora, do anonimato no seu
quartinho, Falconer entrou para
as páginas de jornais e revistas de
Londres e fará parte em breve de
uma exibição coletiva na Mary
Boone Gallery em Nova York.
"Também fui convidado para fazer minha segunda mostra individual em New Castle, a cidade onde
nasci", conta ele. "Minha mãe vai
poder ver o que faço." Ela deve levar um susto, pois Falconer promete "continuar com essa veia de
idéias no trabalho". "Com certeza,
vai haver mais pilhas de animais
mortos", diz.
(MF)
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