JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Uma estrela sobe em São Paulo. Uma supernova, fulgurando num restaurante novo, o Na Mata Café. Ela se chama Helena Rizzo e, aos 21 anos, é a responsável pela cozinha da casa, aberta no final de março.
O local sediou o bar Clyde's e a casa noturna Popular. Os proprietários, Carlos Almeida e Cliff Li resolveram transitar no ramo dos restaurantes. Tinham a capacidade administrativa; encontraram na gaúcha Helena a alma da cozinha.
Ex-estudante de arquitetura e ex-modelo, ao se mudar para São Paulo ela começou a trocar a passarela pelo fogão. Fazia jantares para fora e estagiou em cozinhas profissionais como o bufê de Neka Menna Barreto e os restaurantes Roanne e Fasano.
O que ela serve no Na Mata não é o cardápio de nenhum destes lugares; é uma cozinha que já traz uma marca pessoal, de resgate de ingredientes e pratos triviais embalados em idéias jovens.
Podem ter inspiração italiana: linguine num refrescante pesto de manjericão e hortelã, com camarão que poderia ser menos grelhado, mais suculento; e um magnífico risoto de lagostins (feito num caldo dos crustáceos com sabor profundo).
Pode ter ares "fusion", no sushi de salmão com massa folhada, alho-poró e gergelim (se a massa fosse mais fina e o salmão mais cru, ganharia muito). Ou brasileiros, na quiche de abóbora e carne-de-sol. Pode causar estranheza no hambúrguer de javali com delicado chutney de papaia. Pode agradar muito nas sobremesas (como a torta crocante de maçã verde ou o levíssimo cheesecake com calda de goiaba fresca).
No almoço o Na Mata serve pratos mais convencionais em bufê, para uma bela clientela. E à noite já se ilumina com o cardápio curto e inspirado da jovem chef.

Cotação: $$$ Avaliação:  

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim