da Redação

Citação do grupo Folias D"Arte em texto para a imprensa: "Há, na verdade, em locais tranquilos, um grande volume de profunda busca e descoberta espiritual em andamento neste mundo, fora dos centros sociais santificados, situados além de seu limite e controle" (Joseph Campbell, "O Vôo do Pássaro Selvagem").
São palavras que dão a medida do trabalho do grupo nesses últimos quatro anos. A coerência ganha também um teto a partir de hoje, com a inauguração do Galpão do Folias, em Santa Cecília, na região central de São Paulo. O espaço foi cedido pela Fundação Conrad Wessel, com espaço arquitetônico de J.C. Serroni.
A montagem de abertura é "Happy End", musical que estreou em Curitiba com problemas de espaço cênico (e entra em cartaz com arestas aparadas, segundo a atriz Renata Zhaneta).
Trata-se de espetáculo que foi amadurecendo na esteira de "Surabaya, Johnny!" (99), ambos com composições da dupla alemã Bertolt Brecht (1898-1956) e Kurt Weill (1900-1950).
"Happy End" foi escrito pela também alemã Elizabeth Hauptmann, assistente de Brecht em vários projetos. A história se passa na Chicago dos anos 30 e narra o embate entre gângsteres e religiosos pela hegemonia num período de efervescência social (Lei Seca, crack da Bolsa de Nova York).
O diretor Marco Antônio Rodrigues, 44, vê a atualidade de "Happy End" na forma como os poderes políticos, religiosos e empresariais se relacionam, corroborando "a cultura da mediocrização e a consequente violência".
"Happy End" investe no clima de cabaré. O elenco canta, toca e interpreta. É um projeto dos grupos Folias D'Arte e Tapa (como em "Surabaya"), com atores e técnicos de ambos. (VS)


Peça: Happy End
Autora: Elizabeth Hauptmann
Com: grupos Tapa e Folias D'Arte
Quando: estréia hoje, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h
Onde: Galpão do Folias (r. Ana Cintra, 213, Santa Cecília, tel. 0/xx/11/3361-2223
Quanto: R$ 20


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