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Diversidade de Gismonti inaugura temporada da Banda Sinfônica de SP
IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Sinal dos novos tempos por que
passa a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo: para fazer a primeira apresentação do ano, no
novíssimo Steinway do teatro Sérgio Cardoso, o grupo não chamou
nenhum concertista tradicional,
mas sim o multiinstrumentista
Egberto Gismonti.
Não que a escolha de Gismonti,
59, represente algum tipo de concessão em termos de qualidade.
Em seu recital solo no Steinway
do Espaço Promon, ano passado,
o compositor mostrou estar com
os dedos plenamente em forma.
"Resolvi trazer à Banda Sinfônica a diversidade que tenho tido
em minha atuação profissional",
explica Abel Rocha, que faz sua
primeira temporada como regente titular e diretor artístico do grupo. "Já regi shows de música popular, e isso explica a presença de
um artista como o Egberto em
nossa programação. Em junho,
vamos ter uma apresentação com
o grupo teatral Parlapatões, Patifes e Paspalhões, em um programa que enfoca a ironia na linguagem musical", explica Rocha.
A mescla de linguagens não vai
só ao teatro. "Para outubro, temos
agendado um concerto com a
música de cinema paulista. Vai
ser um espetáculo multimídia, em
parceria com o Museu da Imagem
e do Som", conta o maestro.
Tendo agora o Sérgio Cardoso
como sede, a banda abriu uma série de assinaturas com nove apresentações, contando com convidados como o regente Roberto Tibiriçá, o grupo Sujeito a Guincho
e o oboísta Alex Klein e fechando
com a ópera "Orfeo", de Cláudio
Monteverdi (1567-1643), que está
sendo transcrita para a Banda
Sinfônica pelo próprio Rocha. A
direção cênica será de William Pereira, e o elenco deve ter nomes
como o barítono Paulo Szot e a
soprano Eiko Senda.
A Banda Sinfônica é um grupo
com dimensões de orquestra, diferente, contudo, na formação,
que privilegia os sopros em detrimento das cordas. A apresentação de hoje deve abrir com uma
transcrição das "Bachianas Brasileiras nš 7", de Villa-Lobos.
Em seguida, Gismonti sobe ao
palco para mostrar composições
próprias, como a suíte "Strawa no
Sertão" -uma especulação musical que mescla procedimentos
do compositor russo Igor Stravinski (1882-1971) ao colorido sonoro do Nordeste brasileiro.
EGBERTO GISMONTI E BANDA
SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO
PAULO. Quando: hoje, às 21h. Onde:
Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, SP,
tel. 0/xx/11/288-0136). Quanto: R$ 20.
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