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Artista só lançou três álbuns
do enviado ao Rio
Vivo, Batatinha lançou apenas
três discos num intervalo de duas
décadas. Seu nome correu nos circuitos sulistas do país em pequenos surtos, a partir da gravação,
pelo sambista Jamelão, em 1958,
de "Jajá da Gamboa".
Mas quem mais trabalhou para
difundir nacionalmente o nome
de Batatinha foi Maria Bethânia
-que já em seu primeiro álbum
lançou, unidos numa mesma faixa, dois sambas dele: "Só Eu Sei"
e "Diplomacia".
Em 71, ela inseriu no show-disco
"Rosa dos Ventos" um bloco todo dedicado a ele. Em 72, em
"Drama", gravou "O Circo"
("todo mundo vai ao circo/ menos eu, menos eu/ como pagar ingresso/ se eu não tenho nada?/ fico
de fora escutando a gargalhada").
Foi essa a senha para que o próprio artista pudesse chegar ao disco. Dividiu o projeto "Samba da
Bahia" (73) com dois outros sambistas, Riachão e Panela. Foi lançado por um selo da PolyGram e
nunca foi editado em CD.
Só em 76 Batatinha pôde gravar
um disco só seu, "Toalha da Saudade", pela Continental (que lhe
deu destino idêntico ao que a
PolyGram deu a "Samba da Bahia": o porão).
No ano seguinte, Caetano Veloso celebrizou essa última, com releitura no disco carnavalesco
"Muitos Carnavais". A homenagem não foi suficiente para salvar
Batatinha de mais de 15 anos de
ostracismo discográfico.
O jejum só foi quebrado em 94,
com o independente "Batatinha -
50 Anos de Samba" (foi vendido
em São Paulo no CPC da Umes).
Fora de catálogo, também.
Aí, Batatinha gravou pela primeira vez "O Circo", além de
"Vai Levando", de Gordurinha,
outro gênio nordestino hoje obscurecido.
(PAS)
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