São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
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Noverre criou "balé de ação'

especial para a Folha

Nascido em Paris em 29 de abril de 1727, Jean Georges Noverre criou mais de cem coreografias em menos de 50 anos. Nenhuma delas se preservou. No entanto, suas "Cartas sobre a Dança", publicadas a partir de 1760, contêm idéias tão modernas que continuam merecendo atenção.
Considerada uma obra de gênio por Voltaire, as cartas de Noverre atravessaram os séculos inspirando artistas de diferentes expressões. Para Jean Cocteau, possuíam ciência e exatidão em doses assombrosas.
Num período em que os balés não tinham características dramáticas, permanecendo relegados à condição de suportes formais de comédias e óperas, Noverre lançou propostas fundamentais para o desenvolvimento das artes cênicas.
Ao longo de suas cartas, erigiu as bases do "balé de ação", reformulando o que se fazia até então.
Noverre propôs o desenvolvimento da pantomima, para obter melhor expressividade do roteiro e, conseqentemente, provocar a emoção do público.
Considerando a totalidade cênica da dança, Noverre defendia mudanças também na música, nos figurinos e cenários. Para tornar-se convincente, a obra coreográfica, segundo ele, deveria merecer tanta atenção quanto a produção de uma peça teatral.
Para o leitor brasileiro, o acesso às cartas de Noverre por meio da tradução de Marianna Monteiro é certamente uma conquista. (AFP)


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