São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2000


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"DRAGONBALL Z - O FILME"
Velho e hermético, filme é caso flagrante de gato por lebre

ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem não sabe o que é um Saiya-jin e nunca ouviu falar de Goku e Gohan deve preparar-se para ingressar em um mundo hostil, quase incompreensível. "Dragonball Z - O Filme" não facilita as coisas para os não-iniciados nesse desenho japonês, inspirado em HQ de 1986.
Como nenhum personagem se apresenta e não há prólogo para introduzir o universo, é preciso dispor de paciência para juntar as frases soltas e separar os mocinhos dos bandidos.
Eis, no entanto, um caso flagrante de gato por lebre. Embora tudo leve a crer que se trata de um longa-metragem recém-saído do forno, o que entra hoje em cartaz é uma história especial, produzida em 1990, sobre uma "árvore do conhecimento" que ameaça a Terra, em um futuro não identificado, ao sugar-lhe toda a energia.
Como animação, é uma velharia que passa vergonha perto do esplendor técnico de "Dinossauro" ou de "O Caminho para El Dorado", seus principais concorrentes na temporada. E o argumento pode até ser engolido como um episódio rotineiro da série, com acabamento muito frágil para um programa de férias.
Se o seu filho sabe o que é um Saiya-jin e conhece Goku e Gohan, é provável que o arraste ao cinema mais próximo. Para evitar, no futuro, tamanho sofrimento, talvez esteja na hora de apresentar-lhe produto cultural menos descabeçado.
Cada um gosta do que bem entende ou do que bem lhe venderam. Mas, do ponto de vista de construção de personagens e desenvolvimento de trama, "Dragonball Z - O Filme" desfaz-se no ar, com seus personagens chapados, diálogos sofríveis e ação destrambelhada. Chamá-lo de infantil é fazer pouco da infância.
(SÉRGIO RIZZO)


Dragonball Z - O Filme
Dragonball   Direção: Daisuke Nishio Produção: Japão, 1990 Quando: a partir de hoje nos cines Studio Alvorada 2, Morumbi 4 e circuito




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