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CINEMA
Primeiro longa de Marcos Moura é filmado em Fortaleza
"Iremos a Beirute" quer livrar
Ceará de clichês regionalistas
PAULO MOTA
da Agência Folha, em Fortaleza
Um filme que mostre os desencontros e os dramas de personagens do universo urbano do Ceará
e que fuja dos clichês regionalistas
que sempre marcam a imagem dos
nordestinos no cinema e na TV.
É com essa proposta de ruptura
que o cineasta cearense Marcos
Moura, 36, iniciou na quarta-feira
passada, em Fortaleza, as filmagens de "Iremos a Beirute", seu
primeiro longa-metragem.
Orçado em R$ 920 mil, o filme
traz os atores Guilherme Karan,
Giovana Gold e Ilya São Paulo no
elenco. A direção de fotografia é do
veterano Mário Carneiro ("Todas
as Mulheres do Mundo").
O figurino é assinado pelo jornalista e colaborador da Folha Jackson Araújo.
Formado em direção na Escola
Internacional de Cinema de Cuba,
Moura já trabalhou em emissoras
de TV e agências de publicidade de
Fortaleza.
Em 1995, seu curta-metragem
"O Amor Não Acaba às 15h30" ganhou prêmios no Festival de Cinema de Brasília e em outros nove
festivais.
Moura diz que vai procurar retratar em seu novo filme as questões existenciais de uma geração
que vive sua juventude no Ceará,
mas que não está marcada diretamente pelos dramas da seca e do
sertão.
Gold ("Baile Perfumado") diz
que foi justamente essa perspectiva que a atraiu para fazer Salma,
personagem principal do filme.
"É uma história comum, bonita,
neurótica. E ainda mostra Fortaleza como uma outra cidade qualquer, sem o estereótipo das rendas
e rendeiras", diz Gold.
A trama
"Iremos a Beirute" começa focalizando uma turma de adolescentes que vive na década de 70 no
Ceará e disputa o amor de Salma
num jogo de futebol.
O grupo se reencontra 20 anos
depois e a disputa continua com
novos ingredientes.
As filmagens estão sendo feitas
em Fortaleza e na serra de Pacatuba (CE), local onde fica a fictícia
vila Beirute, uma comunidade de
descendentes de árabes na qual os
adolescentes costumam passar
suas férias.
Parte da equipe do filme foi recrutada entre os alunos do Instituto Dragão do Mar, uma escola de
cinema mantida pelo governo cearense.
Moura diz que metade do orçamento foi garantida por subsídios
captados pela Lei Jereissati de Incentivo à Cultura. "A batalha agora é para conseguir o restante",
afirma Moura.
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