DA REPORTAGEM LOCAL

Após meses de negociação, o grupo Teatro da Vertigem conseguiu fechar duas pontas da sua trilogia bíblica em São Paulo. Estão definidos os espaços para as curtas temporadas de "Apocalipse 1,11" e "O Livro de Jó". Segue o périplo para a escolha da igreja que irá receber "O Paraíso Perdido", prevista para final de janeiro, início de fevereiro.
O grupo obteve sinal verde do secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, para voltar ao presídio desativado do Hipódromo, no bairro do Brás, onde "Apocalipse 1,11" começou sua carreira em 1999.
A montagem do texto de Fernando Bonassi estréia no próximo dia 26 e segue em cartaz com entrada franca até 26 de janeiro, de terça a quinta.
"O Livro de Jó", de Luis Alberto de Abreu, também retorna ao hospital Umberto Primo, antigo hospital Matarazzo, na região da av. Paulista, onde estreou em 1995. A temporada começa dia 29, de sexta a domingo, e vai até 22 de dezembro (volta em janeiro).
O Umberto Primo, desativado, pertence à Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), entidade que acenou positivamente para o projeto de remontagem desde a proposta inicial do grupo.
Já "O Paraíso Perdido" (1992), dramaturgia de Sérgio de Carvalho, que não pôde voltar à igreja Santa Ifigênia, no bairro de Santa Cecília, continua em negociação com a Cúria Metropolitana. Segundo o diretor Antonio Araújo, o ideal é que a montagem aconteça em um templo católico, para fazer jus à referência bíblica.
As remontagens sofreram alterações no elenco. Quem interpreta Babilônia em "Apocalipse 1,11", por exemplo, não é Mariana Lima, em cartaz no Rio com outra peça, mas Mika Winiaver, que esteve nas últimas apresentações. E Matheus Nachtergaele, projetado em "O Livro de Jó", será substituído por Roberto Audio.
A trilogia comemora os 10 anos do Teatro da Vertigem viabilizada pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro (R$ 286 mil) e da BrasilTelecom (R$ 150 mil). (VS)