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CIRCO
De hoje a domingo, cerca de 200 artistas se encontram e trocam experiências
Malabaristas jogam bolas e balas de canhão no ar de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Bolinhas, claves, facas, pratos,
tacos de sinuca e até balas de canhão. A imaginação voa longe
quando o assunto é malabarismo,
habilidade de manipular objetos
que possam estar ou não em contato com o corpo -e sempre acima do nível do solo.
A prática de filiação circense ganha seu 1º Encontro Brasileiro de
Malabarismo em São Paulo, de
hoje a domingo, no Centro Municipal de Campismo (Cemucam),
região da Granja Viana.
Balas de canhão? Eis uma modalidade de malabarismo de força
que surgiu na Europa no início do
século. Há registros de hieróglifos
egípcios sobre essa arte datados
de 4000 antes de Cristo.
Segundo um dos seus organizadores, o ator Alexandre Roit, 34, o
Encontro Brasileiro de Malabarismo (EBM) vai concentrar a atenção em bolinhas e claves, das mais
populares sob lona.
Um público médio de 200 pessoas cumprirá diariamente a programação, sobretudo com oficinas. São aguardados praticantes
amadores ou profissionais do Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul
e Sergipe. Também estão inscritos
malabaristas estrangeiros. O encontrou surgiu após o cancelamento da 4ª Convenção de Malabares, Circo e Percussão do Brasil,
prevista para este mês em Florianópolis (SC). A falta de recursos
foi um dos motivos. Em São Paulo, os grupos Circodélico, Cia. Cênica Nau de Ícaros, Central do
Circo, Fractons, Circo Mínimo,
La Mínima, Cia. Linhas Aéreas,
DYM e JR Malabaris encabeçaram a realização do EBM, com
apoio da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente.
Em 1996 o grupo Parlapatões,
do qual Roit era integrante, realizou um encontro de malabaristas
da cidade de São Paulo na Oficina
Cultural Oswald de Andrade. A
Nau de Ícaros segue com reuniões
públicas às sextas-feiras em sua
sede, na Vila Madalena.
Roit afirma que o objetivo do
EBM é promover intercâmbio e
cooperação entre os participantes, visando o aperfeiçoamento de
quem pratica malabarismo dentro ou fora do circo.
"O espírito não é de competição, mas participação, o que se reflete nos "jogos malabarísticos",
competições que mais se parecem
com uma olimpíada dos malabares. Há corridas com três objetos
ou um divertido vôlei-clave, por
exemplo", diz o ator.
A programação também abriu
janelas para o público em geral,
como nos cortejos de artistas que
percorrerão o entorno do Cemucam até um centro comunitário
onde as crianças aprenderão a jogar bolinhas.
Ao leigo que admira o virtuosismo dos malabaristas, saiba que se
trata de técnica das mais acessíveis e democráticas, conforme
Roit. "Se você me der 20 minutos
da sua vida, eu lhe ensino a jogar
as bolinhas."
O 1º EBM marcará ainda o lançamento de uma associação de
malabaristas, que assumiria o encontro anual.
(VALMIR SANTOS)
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