São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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CIRCO

De hoje a domingo, cerca de 200 artistas se encontram e trocam experiências

Malabaristas jogam bolas e balas de canhão no ar de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Bolinhas, claves, facas, pratos, tacos de sinuca e até balas de canhão. A imaginação voa longe quando o assunto é malabarismo, habilidade de manipular objetos que possam estar ou não em contato com o corpo -e sempre acima do nível do solo.
A prática de filiação circense ganha seu 1º Encontro Brasileiro de Malabarismo em São Paulo, de hoje a domingo, no Centro Municipal de Campismo (Cemucam), região da Granja Viana.
Balas de canhão? Eis uma modalidade de malabarismo de força que surgiu na Europa no início do século. Há registros de hieróglifos egípcios sobre essa arte datados de 4000 antes de Cristo.
Segundo um dos seus organizadores, o ator Alexandre Roit, 34, o Encontro Brasileiro de Malabarismo (EBM) vai concentrar a atenção em bolinhas e claves, das mais populares sob lona.
Um público médio de 200 pessoas cumprirá diariamente a programação, sobretudo com oficinas. São aguardados praticantes amadores ou profissionais do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Sergipe. Também estão inscritos malabaristas estrangeiros. O encontrou surgiu após o cancelamento da 4ª Convenção de Malabares, Circo e Percussão do Brasil, prevista para este mês em Florianópolis (SC). A falta de recursos foi um dos motivos. Em São Paulo, os grupos Circodélico, Cia. Cênica Nau de Ícaros, Central do Circo, Fractons, Circo Mínimo, La Mínima, Cia. Linhas Aéreas, DYM e JR Malabaris encabeçaram a realização do EBM, com apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Em 1996 o grupo Parlapatões, do qual Roit era integrante, realizou um encontro de malabaristas da cidade de São Paulo na Oficina Cultural Oswald de Andrade. A Nau de Ícaros segue com reuniões públicas às sextas-feiras em sua sede, na Vila Madalena.
Roit afirma que o objetivo do EBM é promover intercâmbio e cooperação entre os participantes, visando o aperfeiçoamento de quem pratica malabarismo dentro ou fora do circo.
"O espírito não é de competição, mas participação, o que se reflete nos "jogos malabarísticos", competições que mais se parecem com uma olimpíada dos malabares. Há corridas com três objetos ou um divertido vôlei-clave, por exemplo", diz o ator.
A programação também abriu janelas para o público em geral, como nos cortejos de artistas que percorrerão o entorno do Cemucam até um centro comunitário onde as crianças aprenderão a jogar bolinhas.
Ao leigo que admira o virtuosismo dos malabaristas, saiba que se trata de técnica das mais acessíveis e democráticas, conforme Roit. "Se você me der 20 minutos da sua vida, eu lhe ensino a jogar as bolinhas."
O 1º EBM marcará ainda o lançamento de uma associação de malabaristas, que assumiria o encontro anual.
(VALMIR SANTOS)


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