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ARTES VISUAIS
Réplica de 400 m da calçada de Copacabana será exposta em uma mostra do paisagista na capital espanhola
"Ondas" de Burle Marx ganham Madri em 2003
FABIO CYPRIANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Burle Marx ganha Madri em
2003. Uma réplica de 400 metros
da calçada de Copacabana, no
Rio, desenhada por ele, além de
uma mostra dedicada ao paisagista, serão apresentadas na capital
espanhola no ano que vem, revelou à Folha Juan Manuel Bonet,
responsável pela mostra modernista brasileira "Da Antropofagia
a Brasília", em cartaz na Faap, e
que já esteve em Valência.
A réplica da calçada será instalada no parque do Retiro. Vai ligar
um jardim com motivos de Burle
Marx a um outro espaço que abrigará gravuras e desenhos do brasileiro. O evento tem curadoria de
Ivo Mesquita e Isabel Duprat.
Leia a seguir trechos da entrevista que o espanhol Bonet, diretor do Museu Reina Sofia de Arte
Contemporânea, de Madri, concedeu à Folha, na qual ele fala de
Burle Marx e do projeto do museu
Guggenheim no Rio.
Folha - Está prevista uma mostra
de Burle Marx em 2003. Por quê?
Juan Manuel Bonet - Isso é uma
aposta pessoal. Quando organizamos a mostra em Valência, gostaríamos que Burle Marx ocupasse
uma posição especial com um jardim. Isso não foi possível e fiquei
com a idéia na cabeça. Assim, organizar sua mostra é como fazer o
capítulo dois, agora tendo Ivo
Mesquita e Isabel Duprat como
curadores. A mostra irá ocupar
dois espaços do museu no parque
do Retiro. Um é o Palácio de Cristal, uma antiga estufa, onde será
construído um jardim imaginário
de Burle Marx. Uma calçada de
400 metros, como a de Copacabana, que é um desenho dele, irá ligar esse jardim ao outro local da
exposição, o palácio de Velázquez, onde estarão expostas maquetes, desenhos, gravuras. Será a
primeira vez que um jardim é
montado numa exposição de
Burle Marx, apesar de o MoMA já
ter dedicado uma mostra a ele.
Folha - O Guggenheim tem grandes chances de ganhar uma filial no
Rio. O senhor considera positiva a
experiência da filial em Bilbao?
Bonet - Estive na comissão consultiva para a filial de Bilbao. Há
aspectos que mostram que Bilbao
tem sido muito mais receptor dos
projetos da matriz do que efetivamente produtor. No entanto, há
sem dúvida um aspecto positivo
para o País Basco, que foi colocar
Bilbao no mapa das artes, mas isso o Rio de Janeiro não precisa.
Sabemos que a orientação do museu é excessivamente comercial e
suas mostras estão mais para o espetáculo do que para a arte, como
a das motos. Mas ele trouxe também boas mostras. Tenho sentimentos muito divididos em relação a esse tema.
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