São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

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CDs

Dub
Dub Qawwali
GAUDI + NUSRAT FATEH ALI KHAN
Gravadora:
Ginga P; Quanto: R$ 37, em média;
Avaliação: bom
O cantor paquistanês Ustad Nusrat Fateh Ali Khan (1948-1997) é considerado um dos principais intérpretes e compositores do qawwali, a música de devoção dos sufis. O que o produtor inglês Gaudi faz é "reverberar" trabalhos de Khan do final da década de 60 e início da de 70, recriando as faixas em estúdio por meio de recursos modernos e equipamentos vintage. O dub e o reggae são as bases da produção, que, num primeiro momento, lembra aqueles trabalhos chatos de lounge music, mas vai crescendo em detalhes, nuances e mistura de timbres. Ainda que incompreensíveis, as letras evocam um sentimento de elevação espiritual que casa muito bem com a filosofia da música jamaicana.
POR QUE OUVIR: É o tipo de som que cai bem tanto em salas esfumaçadas quanto em pistas de dança descoladas.
(ADRIANA FERREIRA SILVA)

Rock
Easy Tiger
RYAN ADAMS
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 27, em média; Avaliação: regular
Ao lado do Wilco, Ryan Adams é um dos principais nomes do alt country (na tradução, country alternativo), mas com uma pegada menos roqueira e inventiva do que a do grupo de Jeff Tweedy. E é essa a síntese de "Easy Tiger": um disco de country, como exemplificam o bandolim de "Pearls on a String", a gaita de "I Taught Myself How to Grow Old" e a atmosfera de "Tears of Gold", que traz poucos respiros de rock como o de "Halloweenhead" -portanto, não se engane com a pose de roqueiro atormentado da capa. Prolífico -só em 2005 ele lançou três álbuns, impulsionado pelo vício em drogas que o acompanhou por anos-, Adams era uma promessa do gênero, anos atrás, que não se cumpre neste álbum.
POR QUE OUVIR: Apesar do country tradicional de Johnny Cash ou o experimentalismo do Wilco serem mais interessantes, Adams ainda é autor de boas baladas. (BRUNA BITTENCOURT)

Erudito
Paixões
JOÃO CARLOS MARTINS E BACHIANA JOVEM
Gravadora:
Atração Fonográfica; Quanto: R$ 24, em média; Avaliação: regular
Depois de gravar com os músicos profissionais da Orquestra Bachiana e da English Chamber Orchestra, João Carlos Martins lança mais um disco como regente -desta vez, com a Bachiana Jovem, grupo pré-profissionalizante constituído de estudantes da Faculdade de Música da FMU, que sob sua batuta (e o tendo também como solista de piano em algumas faixas do CD), executa obras eruditas, como a "Ária da Suíte Orquestral n.º 3", de Bach, e o "Andante do Concerto n.º 23", de Mozart, além de temas populares, como "Luiza" (Tom Jobim), "Samba em Prelúdio" (Baden Powell/Vinicius de Moraes) e "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom Jobim/Vinicius de Moraes). POR QUE OUVIR: Despretensioso e cheio de temas fáceis de ouvir, o CD pode servir de introdução para quem não está acostumado com o mundo dos clássicos.
(IRINEU FRANCO PERPETUO)

Pop
Red Carpet Massacre
DURAN DURAN
Gravadora:
Sony BMG; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: péssimo
Seriedade e coerência nunca foram preocupações do Duran Duran, como atestam "Rio", "Hungry Like the Wolf" e outros deliciosos papelões. E é exatamente esse descompromisso que falta em "Red Carpet Massacre". O disco parece ter sido meticulosamente estudado para fazer do DD uma banda moderna, antenada e tal. Exemplo? Trouxeram dois produtores requisitados, como Timbaland e Danja, cujos currículos não mencionam nada parecido com DD.
Os dois funcionaram com Nelly Furtado e Britney Spears porque ali criam o pacote inteiro. Aqui, as músicas e as letras são de autoria do DD, e Timbaland e Danja jogam por cima batidas de r&b/electro/funk. Não encaixa, não combina.
POR QUE NÃO OUVIR: Há batidas sexies, há teclados oitentistas, há a voz de Simon Le Bon, mas... não há canções. Ou, apenas uma: a balada "Falling Down", produzida por Justin Timberlake. (THIAGO NEY)


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