ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

A temporada de desfiles para o outono-inverno segue em Nova York, apontando caminhos para a diversidade da moda norte-americana, em momento de temor da recessão econômica.
O luxo e o glamour ostensivo de estações anteriores desaparecem, e a qualidade dos materiais e do acabamento se torna mais importante, bem como a criatividade e o aspecto comercial.
Assim, Oscar de La Renta agradou com seus clássicos bem americanos, mostrando roupas para uma mulher rica, mas que vê com naturalidade sua situação e seu modo de ser. Com elegantes peças em tweed, em silhuetas relaxadas, as bem-nascidas clientes de La Renta têm muita opção.
Quem também agradou novamente foi Marc Jacobs, que desfilou na tarde de terça-feira sua segunda linha, batizada simplesmente de Marc. Olhando para uma consumidora mais jovem e não tão abastada, o estilista americano exercita o look das ruas, ao som de The Cure, num badalado desfile num galpão empoeirado em Chelsea.
Muito jeans, em calças sequinhas e retas dobradas mais curtas, usadas com casacos de corte Pequeno Príncipe foram as peças-chave do desfile, que teve como plus a intervenção de uma ativista pelos direitos animais (leia nesta página).
As calças, em versão denim sujo ou bem lavado, tinham joviais rabiscos de caneta, usados por meninas bravas que batiam no chão suas botinhas com salto de madeira -bem comercial.
A silhueta e as proporções são impecáveis e modernas, ajudadas por um trabalho de styling que fez misérias com cachecóis de lã mescladas em verde ou echarpes pretas transformados em existenciais amarrações no pescoço, dândi.
Desfilaram as brasileiras Mariana Weickert e Jeísa Chiminazzo. Minicasacas de veludo com os ombros levantados ou paletós de linho preto encerado com tratamento de smoking completavam o look.
A Imitation of Christ, outro hype da cena fashion nova-iorquina, fez na noite de terça seu segundo desfile, depois de ter chacoalhado o verão com sua apresentação numa funerária.
Desta vez a marca promoveu uma estréia de um filme (falsa, claro) e, em clima de tapete vermelho, desfilou suas roupas brecholentas e recicladas.
Vestidos de babados e rendas, microshorts, looks anos 80 e vestidos acinturados tipo anos 30 apareceram.
Ao final, as modelos se sentaram na platéia e todos assistiram a um filme sobre a juventude de Los Angeles.


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