BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

"Árido movie" é um termo que surgiu quase de brincadeira em Recife, para designar a nova produção cinematográfica do local, uma espécie de eco do barulho provocado pelo mangue beat de Chico Science (1966-97). Para registrar essa produção, muito presente no festival mais importante da região [Cine PE], o Canal Brasil vai exibir, até maio, uma retrospectiva de longas e curtas.
O Cine PE Festival do Audiovisual, que acontece no Recife entre os dias 24 e 30 de abril, é o novo nome do Festival do Cinema do Recife, que neste ano, completaria sua sétima edição.
O diretor do festival, Alfredo Bertini, 42, diz que o Cine PE é um novo conceito. "Vamos incorporar outras linguagens, como a produção feita para vídeo e televisão, e organizar oficinas", diz.
A programação do Canal Brasil serve, portanto, como um "best of" das edições anteriores do Festival do Cinema do Recife, ao exibir produções premiadas do país inteiro.
O festival, na TV, vai mostrar produções ligadas à realidade nordestina como "Assombrações do Recife Velho" (2002) -histórias da cultura pernambucana contadas em 11 curtas de cinco minutos cada um-, de hoje até o dia 29; e "A Invenção da Infância" (2000), documentário que retrata a realidade de crianças da Bahia e do sul do Brasil, amanhã, às 23h.
O cenário paulista também está no canal com produções como "Palíndromo", curta que será exibido hoje e conta de trás para a frente, literalmente, um dia complicado na vida de um executivo.
Para Bertini, o festival tem sido "indutor da criação local". "Após seu surgimento, a produção daqui se dinamizou", diz. Para acompanhar a nova fase, o Canal Brasil vai exibir, no dia 5 de maio, um "Cinejornal" com matérias sobre os principais destaques do festival deste ano, que terá o patrocínio da Petrobras, Eletrobrás, da prefeitura do Recife e do governo do Pernambuco.