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CRÍTICA
Parceria esconde surpresas, mas comete exageros
DA REDAÇÃO
É uma armadilha perigosíssima essa de juntar
uma grande voz, um repertório romântico e uma orquestra climática com forte
incidência das cordas. O resultado pode transitar entre
o sublime -como "Charlie
Parker with Strings", do saxofonista americano- e
qualquer coisa apelativa gravada por Celine Dion.
"Focus", que junta a voz de
Dulce Pontes à orquestra de
Ennio Morricone, não habita nenhum desses dois extremos. Por um lado, evita saídas fáceis, da escolha do repertório à elaboração dos arranjos. Por outro, comete
exageros nas tintas dramáticas de algumas passagens.
Compilando temas célebres e obscuros saídos da pena do italiano com outros
inéditos, o trabalho soa familiar na superfície, mas esconde surpresas. Composições conhecidas por serem
cinematográficas ganham
corpo novo ao serem redesenhadas pela voz de Pontes.
Mas não é isso o melhor.
Nas faixas "Nosso Mar" e
"Amália por Amor", leva o
italiano para passear por
searas brasileiras e portuguesas. Não chegam a ser de
cinema, mas constituem o
foco maior em que sutileza e
incidência se entrelaçam para interpretar esse enredo
que é a música.
(EF)
Focus
Artistas: Ennio Morricone e Dulce
Pontes
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 35, em média
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