São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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CRÍTICA

Parceria esconde surpresas, mas comete exageros

DA REDAÇÃO

É uma armadilha perigosíssima essa de juntar uma grande voz, um repertório romântico e uma orquestra climática com forte incidência das cordas. O resultado pode transitar entre o sublime -como "Charlie Parker with Strings", do saxofonista americano- e qualquer coisa apelativa gravada por Celine Dion.
"Focus", que junta a voz de Dulce Pontes à orquestra de Ennio Morricone, não habita nenhum desses dois extremos. Por um lado, evita saídas fáceis, da escolha do repertório à elaboração dos arranjos. Por outro, comete exageros nas tintas dramáticas de algumas passagens.
Compilando temas célebres e obscuros saídos da pena do italiano com outros inéditos, o trabalho soa familiar na superfície, mas esconde surpresas. Composições conhecidas por serem cinematográficas ganham corpo novo ao serem redesenhadas pela voz de Pontes.
Mas não é isso o melhor. Nas faixas "Nosso Mar" e "Amália por Amor", leva o italiano para passear por searas brasileiras e portuguesas. Não chegam a ser de cinema, mas constituem o foco maior em que sutileza e incidência se entrelaçam para interpretar esse enredo que é a música. (EF)


Focus
   
Artistas: Ennio Morricone e Dulce Pontes
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 35, em média



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