WILLIAM LI
especial para a Folha

A EMI Classics está lançando no mercado uma versão antológica de "Tristan und Isolde", de Richard Wagner (1813-1883). Trata-se da remasterização da gravação feita por Wilhelm Furtwängler em 1952, em Londres.
"Tristan und Isolde" é baseada em uma antiga lenda celta. A história se passa na Irlanda e na Cornualha numa época indefinida e está repleta de elementos da mitologia nórdica e germânica, característicos de muitas das óperas de Wagner, tais como o imponente ciclo "Der Ring des Nibelungen".
"Tristan and Isolde", assim como as outras obras de Wagner, foge à concepção operística tradicional, em que predomina o canto, e pode ser melhor definida como "drama vocal sinfônico", devido à relevância do papel dado à orquestra e seu perfeito entrosamento com o canto e o recitativo.
Além do uso frequente dos Leitmotive -expressões musicais de um personagem, uma idéia ou um sentimento-, esta é considerada uma das obras mais ousadas de Wagner, que nela faz uso da bitonalidade, do cromatismo de cadências tonais não resolvidas e outras ousadias.
É aí que aparece o famoso "acorde de Tristão e Isolda", o primeiro acorde da abertura da ópera. O acorde, inventado por Wagner e foi a pedra angular da crise da harmonia tradicional.
Wilhelm Furtwängler (1886-1954) foi um mito: começou sua carreira de regente em 1904 e já em 1924 tinha apresentado "Tristan und Isolde" em Londres. Sua especialidade era a música romântica alemã, e sua arte consistia na capacidade de recriar o pensamento do compositor. Ele se tornou um marco na história da regência principalmente pelo talento em captar o "pathos" do compositor.
A remasterização desta obra (em 4 CDs) na versão de Funtwängler é portanto bastante oportuna, pois ela constitui um marco na fonografia wagneriana.

Disco: Tristan und Isolde
Compositor: Richard Wagner
Lançamento: EMI Classics
Quanto: R$ 88, em média



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