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Esculturas de Resende soam como improviso em oito movimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Oito novas esculturas do artista
plástico José Resende trazem música à galeria Raquel Arnaud, a
partir hoje. Mas é música para os
olhos, e não para os ouvidos. "É
um improviso em oito movimentos", diz Resende, 57.
As obras, realizadas com calotas
-em metal ou parafina-, tratam do deslocamento. Ao sobrepor as calotas em várias posições,
as esculturas funcionam com o
registro de um movimento -ou
a possibilidade dele. "E o movimento sempre acaba em música,
não é?", questiona o artista.
"Três Graças", obra situada na
entrada da galeria, é um bom
exemplo desse conceito. Feita para ser exposta em ambientes externos, a escultura é a conexão de
três pesadas calotas com fios e tubos. O denso eleva-se em estruturas frágeis, levando o olhar a um
movimento contínuo. E, sujeita à
chuva, a obra ganha até balanço
próprio. Há outras obras que literalmente flutuam na galeria.
Após José Resende ter realizado
a grande instalação com vagões
de trens no artecidadezonaleste
(mostra encerrada no mês passado), na Radial Leste, a dimensão
da nova mostra se tornou especialmente aconchegante. Se fosse
música, seria de câmara.
Arquiteto por formação, integrante de grupos e movimentos
artísticos nos anos 60 e 70, como o
grupo Rex (66 e 67) e Escola Brasil
(70 a 74), Resende continua desenvolvendo um trabalho fiel à
sua geração e, ao mesmo, mantém frescor contemporâneo.
(FABIO CYPRIANO)
JOSÉ RESENDE - mostra com oito
esculturas do artista paulista. Quando:
abertura hoje, às 11h; de seg. a sex., das
10h às 19h; sáb., das 11h às 14h. Até 27/
7. Onde: Gabinete de Arte Raquel Arnaud
(r. Arthur de Azevedo, 401, SP, tel. 0/xx/
11/3083-6322). Quanto: entrada franca,
obras de US$ 25 mil a US$ 65 mil.
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