São Paulo, Quinta-feira, 15 de Julho de 1999
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CINEMA
Filmes brasileiros participaram do festival de curtas-metragens
Desgraça iraniana vence competição em Portugal

IVAN FINOTTI
enviado especial a Vila do Conde

A desgraça iraniana venceu a competição de melhor ficção no 7º festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde, em Portugal. E olha que é tristeza que não acaba mais.
Baseado em história real, "Zendegi Dar Meh" (traduzido como "Vidas Cinzentas") mostra um garoto de 14 anos que passa a cuidar das duas irmãs e do irmão menor após a morte da mãe (no parto) e do pai (num acidente). A família passa privações de comida e material escolar. O irmãozinho tem problemas físicos. A irmãzinha pede ajuda a Deus.
Para sobreviver, o garoto faz contrabando de pneus de trator na fronteira entre o Irã e o Iraque. Para piorar, sua mula quebra a perna e ele passa a carregar as mercadorias nas costas.
A fita de 26 minutos, dirigida por Bahman Ghobad e realizada inteiramente em vídeo, venceu dois filmes brasileiros que concorriam na competição internacional: "A Hora Vagabunda" e "Uma História de Futebol".
Os outros vencedores anunciados na noite de domingo, após seis dias de projeções (43 fitas internacionais e 12 portuguesas), foram o russo-alemão "Life Autumn" (documentário), sobre a vida enfadonha de uma aldeia russa, e o inglês "Humdrum", uma animação feita com cartolinas e sombras. "Humdrum" foi também o filme preferido do público.
Entre os portugueses, venceu "Entre Nós", de Margarida Cardoso, filmado em preto e branco, sobre um rapaz poeta que vive sendo ridicularizado por seu pai.
O brasileiro "Uma História de Futebol", de Paulo Machline, que esteve presente nos últimos dias do festival, chegou a estar entre os preferidos do público por um dia. O filme retrata uma partida de futebol de Pelé ainda menino.
O outro brasileiro, "A Hora Vagabunda", é uma fita divertida que mostra a luta de um aspirante a cineasta em Belo Horizonte. Nada acontece na cidade, até que o rapaz tem uma idéia explosiva.
As melhores fitas de ficção, documentário e animação receberam cerca de R$ 5.000 cada. O festival custou R$ 570 mil e teve cerca de 17 mil espectadores.


O jornalista Ivan Finotti viajou a convite da organização do festival.


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