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CINEMA
Filmes brasileiros participaram do festival de curtas-metragens
Desgraça iraniana vence
competição em Portugal
IVAN FINOTTI
enviado especial a Vila do Conde
A desgraça iraniana venceu a
competição de melhor ficção no
7º festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde,
em Portugal. E olha que é tristeza
que não acaba mais.
Baseado em história real, "Zendegi Dar Meh" (traduzido como
"Vidas Cinzentas") mostra um
garoto de 14 anos que passa a cuidar das duas irmãs e do irmão
menor após a morte da mãe (no
parto) e do pai (num acidente). A
família passa privações de comida
e material escolar. O irmãozinho
tem problemas físicos. A irmãzinha pede ajuda a Deus.
Para sobreviver, o garoto faz
contrabando de pneus de trator
na fronteira entre o Irã e o Iraque.
Para piorar, sua mula quebra a
perna e ele passa a carregar as
mercadorias nas costas.
A fita de 26 minutos, dirigida
por Bahman Ghobad e realizada
inteiramente em vídeo, venceu
dois filmes brasileiros que concorriam na competição internacional: "A Hora Vagabunda" e
"Uma História de Futebol".
Os outros vencedores anunciados na noite de domingo, após
seis dias de projeções (43 fitas internacionais e 12 portuguesas),
foram o russo-alemão "Life Autumn" (documentário), sobre a
vida enfadonha de uma aldeia
russa, e o inglês "Humdrum",
uma animação feita com cartolinas e sombras. "Humdrum" foi
também o filme preferido do público.
Entre os portugueses, venceu
"Entre Nós", de Margarida Cardoso, filmado em preto e branco,
sobre um rapaz poeta que vive
sendo ridicularizado por seu pai.
O brasileiro "Uma História de
Futebol", de Paulo Machline, que
esteve presente nos últimos dias
do festival, chegou a estar entre os
preferidos do público por um dia.
O filme retrata uma partida de futebol de Pelé ainda menino.
O outro brasileiro, "A Hora Vagabunda", é uma fita divertida
que mostra a luta de um aspirante
a cineasta em Belo Horizonte. Nada acontece na cidade, até que o
rapaz tem uma idéia explosiva.
As melhores fitas de ficção, documentário e animação receberam cerca de R$ 5.000 cada. O festival custou R$ 570 mil e teve cerca de 17 mil espectadores.
O jornalista Ivan Finotti viajou a convite da
organização do festival.
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