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CRÍTICA
"Tortura Selvagem" é ruim, mas faz rir
DA FOLHA ONLINE
José Mojica Marins, o Zé do
Caixão, é um mensageiro do
inferno; Digão e Rodolfo são matadores. Sob uma atmosfera de
bangue-bangue na capital do país,
"Tortura Selvagem - A Grade" é
mesmo ruim, mas faz rir, e muito.
Meio "Miami Vice", o filme do
cineasta trash Afonso Brazza é
cheio de assassinatos, intrigas e lições de moral, tudo filmado nas
ruas de Brasília (DF). Com os R$
200 mil captados, Brazza alugou
carros e um helicóptero para dar
ar de superprodução ao filme.
Maicon (Brazza) é um catador
de papel que é preso em flagrante
por engano. Um grupo de traficantes joga um pacote de cocaína
dentro do carrinho dele e mata toda a sua família. A partir disso, ele
se torna um matador profissional,
a fim de vingar a morte da família
e a injustiça de que foi vítima.
O filme traz todo estereótipo de
punk, roqueiro, a moça boazinha,
o malandro de terno branco, o delegado, a detetive, o bandido e o
vingador, vítima da injustiça.
As pessoas surgem do nada,
morrem e até voltam para morrer, com o efeito do sangue falso, a
la molho de tomate.
Mas... o que Zé do Caixão faz ali?
Devidamente caracterizado, o
personagem perambula pelas
ruas de Brasília, passeia pela Esplanada e acompanha de longe
todas as atitudes do catador de
papel, em meio ao fogo e à fumaça, e serve como uma espécie de
protetor e conselheiro. Termina
como começou, andando e observando.
Em 75 minutos, "Tortura Selvagem", cuja trilha sonora é do Raimundos, é de poucos diálogos,
mais tiros. Como Brazza poupa
poucos, Rodolfo morre esmagado
contra uma árvore.
(MARCELO BARTOLOMEI)
Tortura Selvagem - A Grade
Direção: Afonso Brazza
Produção: Brasil, 2001
Com: Afonso Brazza, Claudete Joubert,
Liliane Roriz, José Mojica Marins
Quando: a partir de sexta, dia 17, no
Cinemark (Píer 21), em Brasília
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