São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2001

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CRÍTICA

"Tortura Selvagem" é ruim, mas faz rir

DA FOLHA ONLINE

José Mojica Marins, o Zé do Caixão, é um mensageiro do inferno; Digão e Rodolfo são matadores. Sob uma atmosfera de bangue-bangue na capital do país, "Tortura Selvagem - A Grade" é mesmo ruim, mas faz rir, e muito.
Meio "Miami Vice", o filme do cineasta trash Afonso Brazza é cheio de assassinatos, intrigas e lições de moral, tudo filmado nas ruas de Brasília (DF). Com os R$ 200 mil captados, Brazza alugou carros e um helicóptero para dar ar de superprodução ao filme.
Maicon (Brazza) é um catador de papel que é preso em flagrante por engano. Um grupo de traficantes joga um pacote de cocaína dentro do carrinho dele e mata toda a sua família. A partir disso, ele se torna um matador profissional, a fim de vingar a morte da família e a injustiça de que foi vítima.
O filme traz todo estereótipo de punk, roqueiro, a moça boazinha, o malandro de terno branco, o delegado, a detetive, o bandido e o vingador, vítima da injustiça.
As pessoas surgem do nada, morrem e até voltam para morrer, com o efeito do sangue falso, a la molho de tomate.
Mas... o que Zé do Caixão faz ali? Devidamente caracterizado, o personagem perambula pelas ruas de Brasília, passeia pela Esplanada e acompanha de longe todas as atitudes do catador de papel, em meio ao fogo e à fumaça, e serve como uma espécie de protetor e conselheiro. Termina como começou, andando e observando.
Em 75 minutos, "Tortura Selvagem", cuja trilha sonora é do Raimundos, é de poucos diálogos, mais tiros. Como Brazza poupa poucos, Rodolfo morre esmagado contra uma árvore. (MARCELO BARTOLOMEI)

Tortura Selvagem - A Grade  
Direção: Afonso Brazza
Produção: Brasil, 2001
Com: Afonso Brazza, Claudete Joubert, Liliane Roriz, José Mojica Marins
Quando: a partir de sexta, dia 17, no Cinemark (Píer 21), em Brasília



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