São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2005

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"Lennon", o musical, estréia em NY com críticas à viúva Yoko Ono

CLAUDIA PARSONS
DA REUTERS

Um novo musical sobre John Lennon estreou em Nova York no último fim de semana, e o elenco e o diretor da produção esperam que uma reformulação empreendida desde a temporada inicial do espetáculo, em São Francisco, conquiste audiências e críticos.
O fato de a estréia de "Lennon" ter sido adiada por dez dias para mudanças alimentou novos boatos, e Yoko Ono, viúva do compositor, sofreu críticas severas.
"A viúva de Lennon voltou a agir e está fazendo de tudo a fim de solapar esforços para corrigir os defeitos e salvar a biografia musical do marido", disse o "New York Post" na semana passada.
Ono, artista plástica e compositora que se casou com Lennon em 1969, controla os direitos sobre as canções do ex-Beatle e esteve envolvida com o espetáculo desde que a idéia lhe foi levada, há sete anos, por Don Scardino, o diretor.
"As pessoas o odiaram por ter abandonado os Beatles ou se apaixonado por Yoko. Queriam que tivesse continuado com a banda, e Lennon lutou contra isso por toda a sua vida", declarou Scardino.
O musical foi concebido naquilo que Scardino descreve como "formato de concerto" -uma série de canções pontuadas por histórias nas quais cada um dos nove membros do elenco interpreta Lennon. O público ficou confuso.
A mais recente versão da produção traz um ator só como o principal "Lennon" e narrador da história da vida do compositor, em ordem cronológica rigorosa, da infância em Liverpool até seu assassinato, em 1980, em Nova York.
Há também mais material sobre os Beatles e sobre a primeira mulher de Lennon, Cynthia. O personagem de Ono aparece mais tarde, num esforço para evitar sugestões de que o espetáculo gira tanto em torno dela quanto de Lennon.
Ono, que compareceu a muitos dos ensaios, disse que Scardino conduziu sua pesquisa de maneira competente e que ela só interferiu para corrigir detalhes históricos. "O musical funciona com base nas palavras de John", ela disse, em resposta por escrito a questões encaminhadas pela Reuters.
"Todas as canções são tão bem cantadas, e o espetáculo é muito engraçado. Eu rio o tempo todo antes da cena de sua morte", afirmou Ono. "É claro que nesse momento as pessoas em geral começam a chorar. Eu tampouco consigo evitar as lágrimas."


Tradução de Paulo Migliacci

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