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"Lennon", o musical, estréia em NY com críticas à viúva Yoko Ono
CLAUDIA PARSONS
DA REUTERS
Um novo musical sobre John
Lennon estreou em Nova York no
último fim de semana, e o elenco e
o diretor da produção esperam
que uma reformulação empreendida desde a temporada inicial do
espetáculo, em São Francisco,
conquiste audiências e críticos.
O fato de a estréia de "Lennon"
ter sido adiada por dez dias para
mudanças alimentou novos boatos, e Yoko Ono, viúva do compositor, sofreu críticas severas.
"A viúva de Lennon voltou a
agir e está fazendo de tudo a fim
de solapar esforços para corrigir
os defeitos e salvar a biografia
musical do marido", disse o "New
York Post" na semana passada.
Ono, artista plástica e compositora que se casou com Lennon em
1969, controla os direitos sobre as
canções do ex-Beatle e esteve envolvida com o espetáculo desde
que a idéia lhe foi levada, há sete
anos, por Don Scardino, o diretor.
"As pessoas o odiaram por ter
abandonado os Beatles ou se apaixonado por Yoko. Queriam que
tivesse continuado com a banda, e
Lennon lutou contra isso por toda
a sua vida", declarou Scardino.
O musical foi concebido naquilo que Scardino descreve como
"formato de concerto" -uma série de canções pontuadas por histórias nas quais cada um dos nove
membros do elenco interpreta
Lennon. O público ficou confuso.
A mais recente versão da produção traz um ator só como o principal "Lennon" e narrador da história da vida do compositor, em ordem cronológica rigorosa, da infância em Liverpool até seu assassinato, em 1980, em Nova York.
Há também mais material sobre
os Beatles e sobre a primeira mulher de Lennon, Cynthia. O personagem de Ono aparece mais tarde, num esforço para evitar sugestões de que o espetáculo gira tanto
em torno dela quanto de Lennon.
Ono, que compareceu a muitos
dos ensaios, disse que Scardino
conduziu sua pesquisa de maneira competente e que ela só interferiu para corrigir detalhes históricos. "O musical funciona com base nas palavras de John", ela disse,
em resposta por escrito a questões
encaminhadas pela Reuters.
"Todas as canções são tão bem
cantadas, e o espetáculo é muito
engraçado. Eu rio o tempo todo
antes da cena de sua morte", afirmou Ono. "É claro que nesse momento as pessoas em geral começam a chorar. Eu tampouco consigo evitar as lágrimas."
Tradução de Paulo Migliacci
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