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EVENTO
Encontro na Folha aborda convivência das áreas
Profissionais discutem relação entre psicanálise e psiquiatria
DA REPORTAGEM LOCAL
A convivência nem sempre harmônica entre duas teorias que
têm o ser humano como eixo ganhou espaço no debate "Psicanálise, Psiquiatria e Contemporaneidade", realizado no final de
outubro, no auditório da Folha,
sob mediação da jornalista Fernanda Cirenza. O evento foi organizado por este jornal e pela curadoria da exposição "Brasil: Psicanálise e Modernismo", no Masp.
Participaram da discussão a psicanalista Jassanan Pastore, presidente do Centro de Estudos de
Psicanálise Luiz Vizzoni, do Instituto de Psicanálise da Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São
Paulo; os psiquiatras Eduardo Iacoponi, professor-adjunto do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Santa Casa de
São Paulo, e Miguel Roberto Jorge, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e professor
da Universidade Federal de São
Paulo, além do psicanalista e psiquiatra Plínio Montagna, professor de psicologia médica da Faculdade de Medicina da Universidade Santo Amaro e membro da
comissão de ética da Associação
Psicanalítica Internacional.
Montagna destacou como psicanálise e psiquiatria, juntas ou
separadas, "podem nos auxiliar
enquanto ser humano". Lembrou
que a teoria do austríaco Sigmund
Freud (1856-1939) colaborou para
a delimitação dos elementos da
psiquiatria. No início do século
18, por exemplo, a neurose era associada ao comprometimento
dos nervos. Futuramente, afirmou Montagna, teria uma abordagem menos orgânica.
Para Roberto Jorge, "a troca e o
aparente desconforto entre essas
duas áreas, mesmo com a necessária consciência do mecanismo
subjacente que deve suportar
uma e outra, têm a ver com interesses que vão além da especificidade teórica e atendem a questões
de mercado, da indústria do medicamento".
Jassanan enfocou a relação da
psicanálise com a comunidade,
sobretudo em um contexto de
"globalização, desemprego, fome,
abandono, violência, analfabetismo e miséria, ingredientes que
contribuem para a exclusão sociocultural".
Em sua fala, que definiu como
"minimalista", Iacoponi explorou
a relação que psicanalistas e psiquiatras têm com os pacientes,
"segundo os modelos razoavelmente aceitos pela comunidade".
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