São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2000

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EVENTO
Encontro na Folha aborda convivência das áreas
Profissionais discutem relação entre psicanálise e psiquiatria

DA REPORTAGEM LOCAL

A convivência nem sempre harmônica entre duas teorias que têm o ser humano como eixo ganhou espaço no debate "Psicanálise, Psiquiatria e Contemporaneidade", realizado no final de outubro, no auditório da Folha, sob mediação da jornalista Fernanda Cirenza. O evento foi organizado por este jornal e pela curadoria da exposição "Brasil: Psicanálise e Modernismo", no Masp.
Participaram da discussão a psicanalista Jassanan Pastore, presidente do Centro de Estudos de Psicanálise Luiz Vizzoni, do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo; os psiquiatras Eduardo Iacoponi, professor-adjunto do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Santa Casa de São Paulo, e Miguel Roberto Jorge, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria e professor da Universidade Federal de São Paulo, além do psicanalista e psiquiatra Plínio Montagna, professor de psicologia médica da Faculdade de Medicina da Universidade Santo Amaro e membro da comissão de ética da Associação Psicanalítica Internacional.
Montagna destacou como psicanálise e psiquiatria, juntas ou separadas, "podem nos auxiliar enquanto ser humano". Lembrou que a teoria do austríaco Sigmund Freud (1856-1939) colaborou para a delimitação dos elementos da psiquiatria. No início do século 18, por exemplo, a neurose era associada ao comprometimento dos nervos. Futuramente, afirmou Montagna, teria uma abordagem menos orgânica.
Para Roberto Jorge, "a troca e o aparente desconforto entre essas duas áreas, mesmo com a necessária consciência do mecanismo subjacente que deve suportar uma e outra, têm a ver com interesses que vão além da especificidade teórica e atendem a questões de mercado, da indústria do medicamento".
Jassanan enfocou a relação da psicanálise com a comunidade, sobretudo em um contexto de "globalização, desemprego, fome, abandono, violência, analfabetismo e miséria, ingredientes que contribuem para a exclusão sociocultural".
Em sua fala, que definiu como "minimalista", Iacoponi explorou a relação que psicanalistas e psiquiatras têm com os pacientes, "segundo os modelos razoavelmente aceitos pela comunidade".



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