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CRÍTICA
Estética de heavy metal entra nas telas
DA REPORTAGEM LOCAL
Polainas, laquê e rock'n'roll.
A estética "poser", de bandas
de heavy metal dos anos 80 como
Bon Jovi e Poison, chega aos cinemas hoje com "Rock Star".
A história é fraquinha, mas acaba sendo interessante pela ambientação. A produção foi fiel na
escolha de figurinos, cabelões, trilha sonora e até nas gírias.
O fofo Mark Wahlberg (o bem-dotado de "Boogie Nights") é
Chris Cole, dedicado vocalista da
banda cover Blood Pollution. O
grupo passa os dias tirando apenas músicas de seus ídolos, a banda inglesa de metal Steel Dragon.
Durante o dia, Chris trabalha
como operador de xerox e à noite
se transforma numa imitação
perfeita de Bobby Beers, o vocalista do Steel Dragon. Sua obsessão é
tornar-se um clone dele, reproduzindo gestos, corte de cabelo, agudos de rachar vidraça e, novidade
na época, um piercing no mamilo.
Um belo dia, durante uma apresentação da banda, Chris, na fila
do gargarejo, chama atenção, ao
berrar todas as músicas do repertório. Dias depois, o rapaz é chamado para uma audição no escritório do grupo, que acabara de
demitir o vocalista. O motivo?
Bobby Beers era gay.
Se você é metaleiro de carteirinha, já sacou que o enredo tem
um pezinho na história do lendário Judas Priest, banda que está na
estrada há três décadas. Segundo
o diretor do filme, o roteiro foi
mesmo inspirado na história de
Tim "Ripper" Owens, cantor de
banda cover que virou vocalista
do Judas em circunstâncias parecidas. Há inclusive a citação de
homossexualismo, coisa que o
vocalista Rob Halford admitiu somente poucos anos atrás.
De volta ao filme: a história, até
aqui um conto da carochinha
quase interessante, descamba então para clichês roqueiros. Chris
como novo vocalista do Steel Dragon é sucesso. E dá-lhe porres absurdos, surubas, carrões, shows
em que o momento máximo é a
queima de fogos de artifícios, calças de couro, baixo tocado com
paletada, mullets... enfim, tudo o
que você já imaginou sobre o
backstage do, digamos, Skid Row.
Conforme vai caminhando para
o fim, o filme avança na linha do
tempo do rock. Como na cena em
que Chris aparece para um ensaio
usando piercing na sobrancelha,
camisa estampada e começa a
cantar um dos rocks do Steel Dragon com inflexão de rap. Referência óbvia a Mike Patton, ex-Faith
No More, uma das primeiras bandas a fazer a fusão de rap e heavy
metal.
(CLAUDIA ASSEF)
Rock Star
Direção: Stephen Herek
Produção: EUA, 2001
Com: Mark Wahlberg, Jennifer Aniston
Quando: a partir de hoje nos cines
Shopping D, Morumbi e circuito
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