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Stroessner leva ao exílio
LUÍS EBLAK
da Redação
A ditadura do general paraguaio Alfredo Stroessner
(1954-89) criou uma geração de escritores exilados.
Alguns, depois do retorno
da democracia no Paraguai
(89), voltaram ao país, como é o caso do mais famoso
deles, Augusto Roa Bastos.
Stroessner, que assumiu o
poder no Paraguai após um
golpe de Estado em 1954, vive hoje asilado em Brasília.
Ele foi deposto em 89 pelo
general Andrés Rodriguez.
Além de Roa Bastos e Casaccia, Rúben Barreiro Saguier e Lincoln Silva foram
alguns dos escritores que
deixaram o Paraguai. Em
suas obras, todos foram ao
encontro de um tema comum: o exílio provocado
por uma ditadura.
Casaccia deixou Assunção e fugiu para a Argentina
após os primeiros anos do
governo de Stroessner. Sua
obra mais conhecida, "Los
Exiliados" (1966), trata exatamente do isolamento de
sua pátria.
Com "Rebelión Después"
(1970) e "General General"
(1975), Lincoln Silva criou
uma narrativa de humor sobre o país de Stroessner.
Rúben Barreiro Saguier
foi mais longe. Em "Ojo por
Diente" (1973), os bastidores das salas de tortura e os
históricos das perseguições
políticas são descritos em
forma de conto.
Roa Bastos também foi
perseguido. Não apenas no
governo de Stroessner, mas
também durante os governos de outros generais. A
primeira vez, em 1947, ele
foi acusado de se envolver
num "movimento revolucionário" contra o general
Higinio Moríñigo.
Para escapar da prisão, se
refugiou na Embaixada
Brasileira em Assunção, para depois ir para a Argentina. Tentou voltar ao país,
mas seu nome estava na lista dos "subversivos" do general Alfredo Stroessner.
No exílio, escreveu "Hijo
de Hombre", sobre ditaduras paraguaias, e o mais célebre "Yo, El Supremo"
("Eu, O Supremo").
Roa Bastos declarou no
ano passado o desejo de entrevistar Stroessner no Brasil. O projeto não foi adiante, mas ele tem um projeto
para escrever uma obra sobre Stroessner.
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