São Paulo, Sábado, 16 de Janeiro de 1999
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Fause Haten e Patachou são emblemas

da Redação

Duas marcas participantes servem como emblema do novo momento da moda brasileira. Fause Haten é o estilista em quem todos vão prestar atenção nesta temporada, enquanto a Patachou deve novamente marcar pontos dentro de um estilo comercial, sim, mas bem feito e sem pretensões. Ambas desfilam na terça.
Na edição de verão, Haten surpreendeu com uma reviravolta fashion, em direção a roupas mais conceituais, modernas e bonitas. "Eu me sinto vitorioso. Era mais fácil fazer 20 vestidos de noite, mas aquilo me incomodava. Percebi que era pobre, que não era legal. Na última coleção, quis mostrar poucas idéias, mas elas eram fortes", diz o estilista, de 31 anos.
Haten vende em Brasília, no Rio e em São Paulo. Tem uma estrutura pequena: uma modelista, uma produtora e duas assistentes de produção. "Não tive problemas com entrega de tecidos importados porque só trabalho com material nacional; não posso pagar."
Para compensar, trabalha da maneira mais criativa possível com a simplicidade do algodão, por exemplo, obtendo recursos de texturas e aplicações em calor para envolver as formas do corpo.
O estilista criou sua própria técnica, desenvolvida sobre a tradicional moulage (modo de moldar o tecido, espacialmente): "Meu método tem algumas restrições para a pence e sobre a forma de colocar o vestido no manequim".
Acha que "é o momento de mudar o modo de trabalhar". "Na minha loja não existe não. Aqui é "dá?'; "dá!". Se não, vai dar em outra marca. Hoje em dia tudo é serviço ao cliente", completa. Na última coleção, Haten vendeu muito e não conseguiu entregar: "Agora não posso correr esse risco".
Em outro estilo, o mineiro clássico, a Patachou de Terezinha Santos vai conquistando o Brasil. Tudo sem fazer barulho. A marca existe faz 15 anos e há duas temporadas se transformou numa espécie de favorita de produtoras e editoras de moda, felizes com sua roupa fashion e correta. O que, em tempos de crise, vale ouro.
"Tenho um senso prático presente. Meu laboratório são as lojas", diz Terezinha, que conta 280 pontos de venda, quatro lojas próprias e a próxima a abrir nos Jardins, ainda no primeiro semestre de 99. A produção tem 50% de terceirizados, uma equipe de duas estilistas com ela, mais um correspondente na Itália, que envia as informações fresquinhas sobre as tendências internacionais. (EP)


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