São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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REPERCUSSÃO

Ed Motta, cantor e sobrinho de Tim - "A música pop brasileira está de luto nesta semana. O Tim Maia foi o cara que trouxe informações da música negra norte-americana para o Brasil, sendo o responsável por sua difusão e mistura com a música do país."

Jorge Ben Jor, cantor - "Estou muito triste e sentido com a notícia da morte do meu amigo. Não tenho condições de dar entrevistas." (nota divulgada pela assessoria de imprensa)

Paulo Miklos, cantor dos Titãs - Estávamos receosos sobre seu estado de saúde. Cantamos "Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)" no show de ontem (sábado), no Ibirapuera, como homenagem. É uma grande perda pela música que fazia e por sua personalidade."

Hermeto Pascoal, músico - "Quando se perde um cara como Tim Maia não se tem muito a dizer, além do que perdemos uma grande voz e um grande artista. Só tenho a lamentar. O trabalho de Tim sempre foi muito bem feito. Poderia ter cantado qualquer coisa no estilo que quisesse. Voz melhor que a dele não precisava. Ele foi embora muito cedo. Poderia ter feito muito mais e isso é lamentável. Mas não devemos sentir tristeza. Temos de fazer da tristeza, a saudade. Eu quero que Deus tome conta dele bem. Ele será perdoado pelo trabalho bonito que fez."

Roberto Frejat, cantor e guitarrista do Barão Vermelho - "Estou superchateado. Perdemos o maior cantor do Brasil. É triste ver mais um dos grandes mestres da música brasileira que morre sem estar nas melhores condições financeiras. Outra coisa que me dá tristeza é saber que não vou poder ouvir mais nenhum disco novo dele."

Gal Costa, cantora - "Recebo a notícia com muita tristeza. Foi um grande cantor brasileiro e um grande cantor popular. Tive a felicidade de gravar com ele uma canção que foi sucesso no Brasil, na Argentina e em Portugal, "Um Dia de Domingo', que é uma canção bem popular. Para mim, que sou cantora, é um choque muito grande perder um artista como ele."

João Marcelo Bôscoli , músico - "Eu acho que o Tim Maia como cantor é uma referência para o Brasil. Ele foi um dos primeiros artistas a prestarem atenção ao que estava acontecendo com a música negra norte-americana (como rock e o R&B) do final dos anos 50 e início dos 60. Ele soube fundir esse material com a música brasileira. Do ponto de vista político, ele sempre brincou muito, era meio fanfarrão, mas falava muitas coisas sérias e que deveriam ser relidas e repensadas hoje. Ele criticava, por exemplo, a questão do direito autoral no Brasil, a indústria fonográfica, a falta de liderança no meio artístico etc."

KLJ, do grupo Racionais - "Ele era um dos poucos bons músicos que restava no Brasil. Nossa admiração é antiga, tanto que a letra da música 'Um Homem na Estrada' foi colocada em cima de uma música antiga dele, 'Ela Partiu'."

Fernanda Abreu, cantora - "Tim Maia foi o pai do soul brasileiro."

Zizi Possi, cantora - "Quando penso em Tim Maia, penso em alegria, irreverência e em uma voz e suingue maravilhosos."

Fernando Faro, produtor musical - "Recebi a notícia agora. Estou sem palavras".

Cláudio Zoli, cantor e guitarrista - "Tim foi a grande figura da black soul music. É um mito. Desde meus 16 anos, canto suas músicas. Maia abriu muitas portas, deixando um legado e tanto. Ele até se prejudicou com sua coragem, criticando o mercado fonográfico. Vai fazer muita falta".

Nando Reis, cantor do Titãs - "Foi uma enorme perda. Não o conhecia direito, mas ele era um modelo para nós do Titãs. A única vez que me aproximei dele foi num show que fizemos em Araraquara (SP), quando eu fui em seu quarto no hotel. Estou muito triste".



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