DA REPORTAGEM LOCAL

Com cerca de US$ 150 bilhões gastos por ano em remédios e vitaminas, os Estados Unidos são o país que mais consome drogas no mundo. Dentre eles, um pequeno grupo de pessoas que se autodenominam "psiconautas" buscam mais do que simplesmente aliviar uma dor de cabeça.
O assunto é tema do documentário "Ataques ao Corpo: Smart Drugs", do canal inglês BBC, que o GNT exibe hoje às 19h.
Apresentado pelo doutor em psicologia John Marsden, especialista em tratamento de álcool e outras drogas, o programa investiga a vida de três casais diferentes da Califórnia que buscam, por meio de drogas legais ou ilegais, as chamadas "smart drugs", melhorar sua capacidade de raciocínio, memória e saúde.
"Sou um explorador da minha própria mente", diz um rapaz não-identificado, que se reúne todos os dias com os amigos para consumir e testar novas drogas psicodélicas que, desde a explosão da contracultura na década de 60, crescem num ritmo alucinante nos EUA -até o momento, diz o documentário, já existem 2.000.
Conhecido como o descobridor do MDMA, substância usada para a produção dos comprimidos de ecstasy, Alexander Schulgin, que aparentemente já ultrapassa os 60 anos, mostra o laboratório onde sintetizou outras tantas drogas ainda mais poderosas. Ilegal desde meados dos anos 60, a pesquisa de Schulgin é testada até hoje em si próprio e em sua mulher.
Mas o caso mais impressionante é o do casal de meia-idade Donald e Debbie, que afirmam tomar aproximadamente 200 comprimidos de drogas diferentes por dia, entre remédios e vitaminas encontráveis em supermercados ou pela internet.
"Eu venho tomando-as há um ano. O meu cérebro parece dez anos mais jovem", diz a mulher, uma artista plástica. Em determinada ocasião, consomem LSD para freqüentar suas aulas de dança.
Com apenas meia hora de duração, "Smart Drugs" não entra a fundo nos riscos que o consumo de algumas dessas substâncias podem trazer. Limita-se a afirmar que certas drogas, como o LSD, continuam sendo um "mistério científico" e que a descoberta de uma substância que melhore a memória é o verdadeiro "graal da medicina contemporânea". (DA)