CRISTIANO CIPRIANO POMBO
das Regionais

Depois de "Somos Irmãs", "Ô Abre Alas" e "As Três Irmãs", o teatro paulista recebe mais uma das superproduções que fizeram a temporada de 98 no Rio de Janeiro.
Seguindo a linha das primeiras, "A Dona da História" estréia hoje no Alfa Real com elenco de grandes atrizes -Marieta Severo e Andréa Beltrão- e a encenação da(s) história(s) de uma mulher.
No entanto, "A Dona da História" traz ainda consigo um diferencial de peso: João Falcão.
Vencedor do Prêmio Shell de melhor autor, com 20 anos de carreira, o diretor e ator pernambucano aporta em São Paulo colocando à prova os principais ingredientes de seu sucesso, já comprovado em "O Burguês Ridículo", "Uma Noite na Lua" e "A Ver Estrelas".
Explorando o humor, Falcão brinca com o tempo e a dramaturgia. Em "A Dona da História", ele põe Marieta Severo e Andréa Beltrão lado a lado, vivendo duas faces da mesma personagem, simples, que deseja apenas viver uma grande história.
"Quem nunca se imaginou voltando no tempo e fazendo algo diferente? Ou ainda sonhando com o futuro? É legal brincar com as possibilidades do destino e do livre-arbítrio. Isso mexe com as pessoas", diz Falcão.
Sem apelar para o flashback, a peça promove um diálogo entre passado, presente e futuro, com o encontro da mesma mulher aos 20 (Andréa Beltrão) -sonhando com o futuro- e aos 50 anos (Marieta Severo) -revendo sua vida.
Em cena, relacionando as possibilidades de ir e vir, voltar, fazer ou desfazer, as duas atrizes mostram todo o universo feminino.
"O texto é poético e cíclico. Vai e volta. Frases se repetem, há uma certa sonoridade. Em meio a escolhas, desilusões, eu e Marieta fazemos um belo "pas-de-deux'", diz Andréa Beltrão. O sincronismo das atrizes é tão grande que elas realmente parecem ser uma só.

Peça: A Dona da História Quando: estréia hoje, às 21h; sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h Onde: Alfa Real (r. Bento Branco de Andrade, 722, tel. 011/5693-4000), SP Quanto: de R$ 20 a R$ 35 Patrocinadores: Banco Real e Natura

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