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Catapulta
quer suingue
baiano
da Reportagem Local
Com um integrante ex-músico
de trio elétrico -o baixista Baé-,
o Catapulta já saiu direto de Salvador para rádios e a MTV. A banda
mistura influências de repente,
embolada e literatura de cordel a
um rock pesado.
Segundo o vocalista Moisés, é tudo fruto de um bom tempo de pesquisa em busca de "identidade",
inspirada pelo mangue beat de
Chico Science.
"Queremos misturar peso e o
suingue baiano", disse Moisés à
Folha, por telefone. A seguir, trechos da entrevista.
(PD)
Folha - Por que vocês resolveram
misturar outros ritmos com o rock?
Moisés - Comecei a tocar em
bares, numa banda de blues, há sete anos junto com o Markus (Kieta, guitarrista). Já nessa época fomos descobrindo a potencialidade
dos instrumentos de percussão,
misturamos salsa e a levada de
samba-reggae. Mas, também já
nessa época, a gente sentia necessidade de fazer um som mais pesado, mais para o metal ou hardcore.
Folha - Vocês estão fazendo seu
terceiro show em Salvador. Por
que tão poucas apresentações ao
vivo na cidade?
Moisés - Foi falta de oportunidade, mas isso tem a ver com a
própria formação da banda.
Quando paramos de tocar blues,
eu e o Markus começamos a dar
ênfase a um lado de pesquisa, dos
ritmos baianos, da identidade. Era
ficar tocando dentro do quarto.
Folha - Como foi isso e quanto
tempo isso durou?
Moisés - Ficamos assim cerca
de um ano e meio. A gente compôs
muita música e pesquisou ritmos
de candomblé, repente, embolada.
Sou do sertão baiano e sempre
gostei muito de cordel, dessas coisas. Queria transportar isso para a
música mais efervescente da época, o rock, que eu conheci mais
quando vim para a capital fazer faculdade. Um ponto difícil para
mim era a linguagem. Quando eu
ia cantar coisas dos outros achava
tudo muito complicado, então resolvi escrever, cantar, como falo
no dia-a-dia.
Folha - E como foi a entrada do
Baé (baixista)?
Moisés - Estamos os três juntos
desde 94. Nós tínhamos muita dificuldade de conseguir um baterista
que tivesse, ao mesmo tempo, peso e o suingue baiano. O Baé tocou
em trios, com Asa de Águia, Cid
Guerreiro, mas ele sempre quis fazer parte de uma banda de rock.
Folha - E como veio o disco?
Moisés - Tocamos no Skol Rock
de 96, fizemos uma demo e recebemos o convite. Em uma semana
gravamos o disco. Depois, pintou
o clipe, que é uma coisa meio "cine trash" baiano.
Folha - E vocês já tem programação para shows no país?
Moisés - Já fechamos uma turnê
pelo Brasil inteiro, mas não sabemos por qual cidade começa nem a
data exata de início.
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